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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Relatório da visita ao CAPS

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60 comentários:

  1. Luana Martins dos Santos

    A visita ao CAPS foi bem legal e foi algo bastante próximo do que eu imaginava que fosse, pois eu já conhecia o de dependentes químicos, que visitei durante a semana de recepção ao calouro com o CAMED. Assim como eu pensava, o CAPS do Siqueira Campos é limpo, arejado, bem organizado, com uma estrutura bem conservada e organizada. Fomos recebidos pelo gerente da instituição que nos explicou como funciona e que serviços são oferecidos aos usuários. O que me surpreendeu é que eles são menos agitados do que eu esperava: são pessoas que visivelmente tem seus acometimentos, mas que são calmos e educados. Eu imaginava que um deles iria tentar conversar e interagir, já que somos pessoas estranhas e que nunca foram lá, o que os deixariam curiosos, mas eles ficaram quietos enquanto o gerente falava e durante o resto da visita. Eles se aproximavam, sentavam perto, ouviam a conversa, mas não interferiam em nada. Outra coisa interessante é que ficava cada na sua: um ficava abrindo e fechando a porta para as pessoas, tinha um homem deitado no colo de uma mulher, tinha outra mulher desenhando, outro ouvindo nossa conversa, outro fumando seu cigarro. Tinha também alguns que pareciam estar mais agitados e ficavam andando de um lado pro outro, outros gemiam e faziam barulhos estranhos, mas esses eram a minoria.

    É muito bom ver que existe um lugar onde os pacientes com transtornos mentais podem ser adequadamente acolhidos, desenvolver atividades recreativas e socioeducativas, além de receberem o tratamento adequado para seus transtornos, tudo gratuitamente pelo SUS.

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  2. Fernando Vinícius Alves

    A visita ao CAPS fez-me ter uma concepção ainda mais positiva em relação ao SUS, pois é notável o cuidado que a equipe multidisciplinar tem com os usuários. Logo ao adentrar o recinto, percebi como os pacientes estão inseridos na realidade de maneira construtiva ao observar um deles abrir o portão para entrarmos. Apesar do impacto que a doença mental causa à primeira vista, o que se observa ali é muito diferente da realidade dos antigos manicômios, onde o doente mental era desumanizado. De maneira oposta, o CAPS tem uma perspectiva de humanização e reinserção social, quebrando o estigma da inutilidade dos indivíduos com problemas mentais. A proposta de realização de oficinas é muito positiva, visto que possibilita ao usuário a reaprendizagem de certos hábitos e a interação social, aspectos muito relevantes na recuperação e coadjuvantes do tratamento medicamentoso. A existência de residências terapêuticas e o apoio financeiro que o governo dá aos usuários do CAPS são uma grande evolução na forma de lidar com a doença mental. Outro ponto notável é a realização de conferências com os próprios usuários e a equipe multidisciplinar para discutir os problemas da instituição e tentar solucioná-los de maneira democrática, o que demonstra ainda mais a tentativa de reinserção social do doente mental. O fato de a decisão do rumo do tratamento dos pacientes estar nas mãos não somente do médico, mas de toda a equipe, também é muito importante, pois possibilita enxergar a doença mental sob diferentes ângulos, obtendo-se um melhor resultado no processo de recuperação.

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  3. Pollyana de Souza Barros, visita ao CAPS em 14 de fevereiro de 2014.
    A visita ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) a meu ver mostrou o quanto foi positiva a substituição dos hospitais psiquiátricos por um atendimento mais individualizado, humano e realmente direcionado a trazer o paciente ao convívio social. Os vários graus de comprometimento mental necessitam de fato de um atendimento especializado desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, como foi visto na unidade. Não imaginava observar o quão danoso foi o atendimento nas antigas instituições psiquiátricas o qual deixou sequelas que parecem cristalizadas no comportamento de ex-internos, demonstrando que não havia nenhuma preocupação com a saúde dos pacientes e sim com o isolamento dos mesmos para que não fossem vistos pela sociedade.
    Como visivelmente crescente o número de pacientes que necessitam de atendimento devido à desordem mental, é necessário que a psiquiatria seja vista de forma mais natural como qualquer outra especialidade médica, e a patologia mental como uma doença que acomete o organismo como qualquer outra. Dessa forma acho importante a divulgação do tipo de atendimento prestado pelos CAPS´s para que se possa reconhecer sua importância na promoção da saúde.

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  4. Luan Fellipe Bispo Almeida


    A visita ao CAPS foi, sem dúvida nenhuma, das três visitas aquela que me trouxe uma experiência de vida não só acadêmica, mas sobretudo pessoal. Os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS) surgiram com o intuito de substituir o modelo tradicional e arcaico dos hospitais psiquiátricos no tratamento dos pacientes portadores de doenças mentais. Naquele modelo, o tratamento era baseado apenas em contenção física e farmacológica dos pacientes, que viviam enclausurados em tais instituições e sem liberdade alguma.
    E nós pudemos perceber como esse modelo funciona de fato; não só pelas informações passadas pelos funcionários do serviço, mas também pelos seus usuários. Estes, por inúmeras vezes demonstraram a satisfação e o reconhecimento do serviço que é ali prestado. O atendimento de qualidade e a boa vontade da equipe foram bastante visíveis e se configuram como bases para um bom prognóstico.
    Além disso, algo que me chamou bastante atenção foi perceber que os usuários possuem um incrível senso crítico e analítico a respeito de sua condição clínica, de seu papel na sociedade, dos problemas e desafios que enfrentam, do preconceito e do trabalho que deve ser feito para que mais espaço e oportunidades sejam oferecidos em suas trajetórias. Claro que tinham aqueles eram mais lúcidos que outros, mas isso veio para desmitificar com a ideia de que “paciente psiquiátrico é tudo igual”.
    Existem, como em todos os serviços públicos, problemas que precisam ser contornados. Entretanto, a Assembleia serve, dentre outras coisas, justamente para expor tais necessidades, como por exemplo, falta de medicamentos e o desinteresse de alguns familiares.
    De uma maneira geral, pode-se dizer então que o CAPS constitui numa importante ferramenta do nosso sistema público de saúde; tendo como um dos seus principais objetivos o de inserir estes no convívio social cotidiano, como cidadão.

    “O gênio, o crime e a loucura, provêm, por igual, de uma anormalidade; representam, de diferentes maneiras, uma inadaptabilidade ao meio”. (Fernando Pessoa)
    REFERÊNCIAS:
    http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/cuidado/centro-atencao-psicossocial.html
    http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151

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  5. A visita ao CAPES foi realizado no dia 14 de fevereiro do corrente ano, foi um tanto reveladora e tensa para mim particularmente, uma vez que nunca tive acesso a pacientes com sofrimento psíquico, e tive um tanto medo deles. Por outro lado achei uma excelente proposta de se fazer a saúde mental no nosso país, deixando de lado os antigos manicômios e trazendo esses pacientes para dentro da sociedade, creio que seja o melhor jeito de se tratar esses pacientes, dando a eles dignidade. A dinâmica de entrada para atendimento no serviço baseia-se em consultas e atividades de aprendizagem para esses indivíduos de modo a inseri-los no convívio com as outras pessoas, porém os casos mais graves ainda ficam residindo por algum tempo na instituição. Quanto a estrutura física achei um lugar bem interessante para a realização de atividades educativas e lúdicas para os pacientes, porém achei pouco arejada na parte dos consultórios, local onde eles esperam para serem atendidos. Mas de maneira geral, foi muito gratificante ver que esse grupo vem sendo muito bem tratado de maneira interdisciplinar e multiprofissional.

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  6. Na quinta-feira 6 de fevereiro do presente ano visitamos o CAPS (Centro de Atendimento Psicossocial) Liberdade no Bairro Siqueira Campos como atividade prática da disciplina Saúde Coletiva III. A criação desse CAPS e de tantos outros, com outros nomes e lugares, fez parte de um intenso movimento social, inicialmente de trabalhadores de saúde mental, que buscavam a melhoria da assistência no Brasil e denunciavam a situação precária dos hospitais psiquiátricos, que ainda eram o único recurso destinado aos usuários portadores de transtornos mentais. Os CAPS – assim como os NAPS (Núcleos de Atenção Psicossocial), os CERSAMs (Centros de Referência em Saúde Mental) e outros tipos de serviços substitutivos que têm surgido no país, são atualmente regulamentados pela Portaria nº 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002 e integram a rede do Sistema Único de Saúde, o SUS. Essa portaria reconheceu e ampliou o funcionamento e a complexidade dos CAPS, que têm a missão de dar um atendimento diuturno às pessoas que sofrem com transtornos mentais severos e persistentes, num dado território, oferecendo cuidados clínicos e de reabilitação psicossocial, com o objetivo de substituir o modelo hospitalocêntrico, evitando as internações e favorecendo o exercício da cidadania e da inclusão social dos usuários e de suas famílias. Na pesquisa para embasamento teórico deste relatório pude perceber e verificar na prática que todas as prerrogativas do projeto, na medida do possível, são postas em prática, atraindo os pacientes e não repelindo como os antigos manicômios tão temidos e repudiados por eles. O acolhimento diferenciado (humanizado) facilita a adesão ao tratamento, ambientaliza o paciente e acima de tudo permite que eles exponham seus pensamentos, aflorem suas angustias e os tornam livres dos grilhões que a sociedade lhes impõe.
    O CAPS liberdade, segundo a equipe administrativa, possui aproximadamente 500 prontuários, cobertos pelo seguinte quadro de profissionais: 3 médicos, 4 psicólogos, 4 assistentes sociais, um terapeuta ocupacional, um profissional da educação física, um auxiliar de enfermagem e 6 enfermeiras. As principais dificuldades encontradas são: falta de medicamento, falta de médico, a inexistência de uma “triagem” específica para evitar a lotação excessiva da unidade além da falta do acompanhamento familiar no seguimento terapêutico do paciente.
    Através dessa visita, ficamos sabendo da importância do trabalho realizado no CAPS e do seu papel imprescindível na atenção aos pacientes com transtornos mentais. Além de conhecer o funcionamento e a estrutura, fomos privilegiados com a realização da assembleia dos pacientes que com certeza foi um marco para todos estudantes que estavam presentes. Particularmente, fui tocado pela frase de um deles: “ vocês, futuros doutores, sigam a sua profissão com amor, receba o paciente com carinho, não maltrate ninguém que vai procurar vocês” este simples trecho é um desabafo de um deles tendo como referência a receptividade dada pelos antigos manicômios. Por fim, devemos buscar a valorização do trabalho deste tipo de serviço que é muito importante para a sociedade e instituir, de fato, já na formação médica um conhecimento específico para saber tratar de forma diferenciada o paciente psiquiátrico.

    REFERÊNCIAS:
    http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf
    http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151

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  7. Ana Paula de Jesus Santos

    Visita realizada ao CAPS Liberdade - Centro de Atendimento psicossocial, situado à rua distrito federal, 1012, Bairro Siqueira Campos, sob a supervisão da professora Ana Débora.

    A visita ao CAPS foi proveitosa pois possibilitou o conhecimento de mais uma unidade de Saúde prestadora de serviço de saúde à população. A mesma mostra o quanto foi positivo para os usuários a substituição dos hospitais psiquiátricos por um atendimento mais humanizado dos doentes mentais, possibilitando a eles um tratamento para os seus problemas sem estarem isolados da sociedade.

    O serviço comporta em média de 500 a 600 usuários por mês, onde não há um tempo mínimo, e assim vai depender do tratamento individualizado. O serviço é de porta aberta, sendo encaminhado pela família o individuo que necessitar de tratamento.

    O serviço oferecido pelo CAPS é um serviço de muita relevância social, pois presta tratamento ao doente mental, sem tirá-lo da convivência social.

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  8. Myriam Fernanda Ferreira – Turma: A1

    No dia 14/02/2014 ocorreu nossa 3ª e última visita da disciplina. O local desta vez foi o Centro de Atenção Psicossocial – CAPS III Liberdade, no Bairro Siqueira Campos. É um centro que funciona durante 24 horas, diferentemente dos CAPS I e II, que atendem em horário comercial (8-18h), e só é implantado em municípios com pelo menos 200.000 habitantes. Seu público-alvo é composto por pessoas com transtornos mentais severos e persistentes. Tais tipos de transtornos levam a uma segregação social e mesmo familiar, pois atualmente existem poucas instituições psiquiátricas que ofereçam o confinamento dos indivíduos com distúrbios mentais. Os CAPS’s foram instituídos exatamente para evitar as internações/reinternações em tais instituições, oferecendo o acompanhamento clínico e promovendo a reinserção social de seus usuários.
    Durante a visita, pudemos observar a estrutura do local, com ambientes para cada atividade a ser realizada pelos usuários. Um grande salão no centro do prédio, que serve também como refeitório, é o palco onde são feitas assembleias sobre os mais diversos assuntos, sempre concernentes aos interesses dos pacientes e muitas vezes comandadas por eles mesmos. São discutidas as demandas de todo o grupo, como alimentação, o preconceito sofrido por eles, as medicações em uso, a ausência dos parentes, que na maioria das vezes não comparecem às visitas, dentre outros assuntos. Um dos funcionários responsáveis explicou que o tempo de permanência de cada paciente vai depender da gravidade da crise, havendo a possibilidade de internação. Ele falou também sobre os comportamentos cristalizados nas instituições psiquiátricas, difíceis de serem modificados, dando como exemplo um paciente que tinha o hábito de beber água do vaso sanitário.
    Tendo sido este meu primeiro contato com este tipo de instituição, me senti bastantei receosa ao perceber que os pacientes se encontravam espalhados pelo centro, sem qualquer restrição ou supervisão mais contundente. Por terem uma maior instabilidade de humor e um comportamento muitas vezes imprevisível, me causou estranhamento este tipo de abordagem na instituição. Mas passados vários minutos, sem que houvesse qualquer interrupção da nossa reunião por parte dos pacientes, percebi que a referida abordagem de tratamento era realmente eficaz, ao promover a ressocialização destes pacientes, não os restringindo, não podando o seu direito de ir e vir, pelo menos dentro do centro, deixando-os à vontade para realizar suas atividades ou simplesmente sentar onde quisessem e ali ficar, indiferentes a nós ou apenas nos observando. Uma experiência rica, que mostrou a importância deste tipo de instituição para toda a população, principalmente nos dias de hoje, em que os transtornos psiquiátricos estão assolando a sociedade.

    Referência:
    http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151

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  9. Edimário Florêncio dos Santos- Turma 01A

    A visita ao CAPS III liberdade foi muito aproveitosa, visto que nos fez olhar na prática a conquista das lutas sociais dos movimentos antimanicomiais do século passado. Antes baseado no modelo hospitalocêntrico, com a falsa faixada de instituição terapêutica, mas que servia mais para isolar o doente mental da sociedade, agravando ainda mais seu quadro clínico e deteriorando sua pouca qualidade de vida.

    Atualmente, conforme vivenciamos na visita, apesar das dificuldades, a saúde mental é lidada de uma forma diferente, tratada clinicamente de maneira multidisciplinar e reinserindo o usuário à vida social e exercício da cidadania.
    Logo na entrada, fomos recebidos muito bem, por um usuário no cargo de “porteiro”, com crachá e muito orgulhoso com a “profissão”; encontramos até um casal namorando! Eles realizam atividades oficineiras, recreativas e até mesmo atividade física. Para ter acesso ao CAPS é só morar na área abrangida pela unidade, ser encaminhado pelo Hospital de urgências psiquiátricas, ou trazido pela família. Algo que me impressionou bastante foi que uma vez por semana é realizado uma assembleia com os profissionais, familiares e usuários, de forma democrática, permitindo que todos expressem seu criticismo e exercício da cidadania. Até mesmo, foram um dia na empresa responsável pela alimentação deles, para saberem o motivo da redução da qualidade do serviço. O melhor de tudo que são livres e podem sair quando quiserem (transtornos mais leves), voltando para o seio familiar e sociedade!
    Apesar do grande avanço, algumas dificuldades também foram observadas, como disse o gerente da unidade que nos recebeu: “a reforma precisa passar por outra reforma”. Nota-se que a estrutura da unidade é muito pequena e pouco arejada para a grande demanda, muitos usuários fumam, poluindo o ambiente e promovendo o tabagismo passivo. Ademais os recursos governamentais são baixos, carecendo da contribuição do benefício do INSS dos usuários para manter o suprimento alimentar da unidade. Falta de profissionais de plantão, em especial de médicos também é bastante evidente, carecendo de uma política governamental que dê maior importância a causa.

    Ademais, foi uma pena o curto tempo e não termos conversado com algum usuário para nos relatar sua experiência, mas foi o bastante para nos comprovar os avanços conseguidos pela população através das lutas e reivindicações sociais, chaves que abrem a porta da melhoria, carecendo serem utilizadas sempre.

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  10. Francisco José Nascimento Lima – turma 01 B

    Como complemento das aulas práticas inerentes à disciplina Saúde Coletiva III, ministrada pela professora Ana Débora, foi realizada a última visita, agora no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) – CAPS Liberdade, Dr. Rotarino Rocha – localizado no Bairro Siqueira Campos, em Aracaju.
    O CAPS como uma instituição terapêutica em prol do doente mental tem suas origens atreladas ao movimento da Luta Antimanicomial, que nasce profundamente marcado pela ideia de defesa dos direitos humanos e de resgate da cidadania dos que carregam transtornos mentais. Aliado a essa luta, nasce o movimento da Reforma Psiquiátrica que, mais do que denunciar os manicômios como instituições de violência, propõe a construção de uma rede de serviços e estratégias territoriais e comunitárias, profundamente solidárias, inclusivas e libertárias. Como resultado de ambos, em 1990, o Brasil torna-se signatário da Declaração de Caracas a qual propõe a reestruturação da assistência psiquiátrica, e, em 2001, é aprovada a Lei Federal 10.216 que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. É esta lei que regulamenta o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. Dessa lei origina-se a Política de Saúde Mental a qual, basicamente, visa garantir o cuidado ao paciente com transtorno mental em serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos, superando assim a lógica das internações de longa permanência que tratam o paciente isolando-o do convívio com a família e com a sociedade como um todo.
    Os CAPS, entre todos os dispositivos de atenção à saúde mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira. É função dos CAPS prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as internações em hospitais psiquiátricos; promover a inserção social das pessoas com transtornos mentais através de ações intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica. Os CAPS começaram a surgir nas cidades brasileiras na década de 80 e passaram a receber uma linha específica de financiamento do Ministério da Saúde a partir do ano de 2002, momento no qual estes serviços experimentam grande expansão. Eles se diferenciam pelo porte, capacidade de atendimento, clientela atendida e organizam-se no país de acordo com o perfil populacional dos municípios brasileiros. Assim, estes serviços diferenciam-se como CAPS I, CAPS II, CAPS III, CAPSi e CAPSad. Especificamente, o CAPS visitado insere-se no nível III, previsto para dar cobertura aos municípios com mais de 200.000 habitantes, como é o caso de Aracaju. Preconiza-se que os CAPS III sejam serviços de alta complexidade, uma vez que devem funcionar durante 24 horas em todos os dias da semana e em feriados e, quando necessário, acolhimento noturno (internações curtas, de algumas horas a no máximo 7 dias). A equipe mínima para estes serviços deve contar com 16 profissionais, dentre os quais de nível médio e superior, além de equipe noturna e de final de semana.

    Não foi a primeira vez que eu visitei uma instituição de saúde para atender pacientes portadores de doenças mentais. Tanto que não me chocou este contato com os pacientes no CAPS em questão. Em 2012, como trabalho prático da disciplina Saúde e Sociedade, eu já vivenciado experiências no Hospital de Custódia e Tratamento de Sergipe, na Urgência Mental do Hospital São José e nesse mesmo CAPS, onde entrevistei, em conjunto com um colega, 2 pacientes e 2 profissionais. A visita em Saúde Coletiva III, contudo, para mim representou uma ocasião única, pois assimilei impressões diversas em momentos bastante conflitantes.

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  11. Francisco Lima - continuação...

    Foi uma experiência ímpar testemunhar os pacientes em uma “assembleia” semanal discutindo entre si e com membros da equipe do CAPS seus problemas e queixas, a fim de alcançarem uma solução. Foi notório que a escassez de medicamentos básicos foi a contestação preponderante dos pacientes frente à instituição, apesar dos elogios que a grande parcela dos pacientes fazia em relação ao atendimento humano que recebiam dos profissionais.. Tal fato foi corroborado por um dos membros da equipe – acredito ter sido uma psicóloga – que além da falta de medicação, outro entrave que a equipe atravessa é fazer com que o CAPS não seja o único local que os pacientes queiram ficar. Por outro lado, apesar dessa interação entre equipe X pacientes na assembleia, pressenti certo distanciamento entre ambos os lados, que se reforça no convívio diário, sobretudo no que se refere ainda à questão da falta de medicamentos. Parecia realmente que a oferta de medicamentos ao CAPS só era contemplada quando os próprios pacientes se dirigiam à Ouvidoria para reivindicar seus direitos. Não obstante tais dificuldades, foi muito satisfatória a impressão que tive da assembleia, especialmente ao vivenciar vários pacientes reunidos e com níveis de doença mental tão gritantes. Aquele mais “lúcido” – se assim posso afirmar – era quem coordenava os debates, enquanto uma paciente mais transtornada passava no pátio da assembleia, mas dava a impressão de que não tinha a mínima noção do que estava acontecendo.
    De fato, há vários profissionais que trabalham no CAPS Liberdade, mas tive a impressão, pelo relatado nas entrelinhas, que ele ainda apresenta déficit de profissionais para por em prática o que é preconizado para um CAPS nível III, sobretudo, em relação ao número de psiquiatras (apenas 3), com ausência no período noturno. Além disso, foi relatada falha na comunicação com a Urgência Mental, apontada como a reguladora dos atendimentos que para lá acorrem.
    Além disso, gostaria de ressaltar dois depoimentos que me chamaram atenção. Muitos doentes relataram sofrer preconceito, pelo estigma de “louco” – “ninguém quer se aproximar da gente” –, na sociedade e possivelmente na própria família. Segundo alguns deles, familiares aproveitam-se da situação para “pegar” todo dinheiro. Conforme uma das profissionais entrevistadas, a equipe do CAPS tentar incentivar a participação dos familiares nas atividades e oficinas ofertadas aos usuários; contudo, apesar dos 500 prontuários cadastrados, um número ínfimo de familiares adirem ao programa. Outro aspecto, agora relatado por um paciente, foi a falta de qualificação do profissional na abordagem do doente mental. Na verdade, para mim, pareceu mais um alerta a nós estudantes de medicina: deve fazer psiquiatria realmente àquele que tiver amor e dedicação a esta área médica, frente aos descasos que ele presenciou.
    Deste modo, pelo exposto, a experiência no CAPS foi bastante satisfatória. Percebeu-se que, inserindo-se numa realidade até certo ponto dramática pelo qual atravessa a saúde no Brasil, com a saúde mental não poderia ser diferente e, nessa circunstância mais desesperadora; logo, ainda há grandes desafios para a Reforma Psiquiátrica. Contudo, constata-se que, nos últimos anos, tem ocorrido a valorização, por mérito, de diversas expressões culturais e artísticas de portadores de transtornos mentais. Infelizmente a sociedade ainda está longe do consenso sobre essas práticas e valores, mas não há como negar que essa é uma tendência que vem se tornando hegemônica.

    Referências bibliográficas:

    http://www.ccs.saude.gov.br/memoria%20da%20loucura/mostra/reforma.html
    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio15_anos_caracas.pdf

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  12. Aluna: Thaísa Costa Turma A1 CAPS – Liberdade

    Devido a estigmatização e discriminação, as pessoas com transtornos mentais sofreram ao longo da história frequentes violações dos direitos humanos, e a muitas eram negados direitos econômicos, sociais e culturais. Quem apresentava um transtorno era encarcerado e a ele eram impostas restrições danosas. Por vezes sofriam condições desumanas e pouco higiênicas, maus tratos físicos, abuso sexual, práticas terapêuticas nocivas e degradantes nas manicômios/prisões.
    Um modelo de assistência à saúde mental como o citado acima não poderia permanecer e diante da insatisfação gerada mundialmente começou a ser transformado. Esta foi a Reforma da Atenção Psiquiátrica que teve na Declaração de Caracas (OMS, 1990) um marco na América latina. O hospital deveria ser apoiado por uma rede de serviços paralelos, a tentativa era de garantir o respeito aos direitos humanos. O nosso país promulgou a Lei 10.216 que concretizou as discussões ocorridas em 1990. E é aqui que chegamos a gênese dos CAPS. Desde 2002 esses Centros de Atenção Psicossocial surgiram converter em realidade os objetivos da reforma.
    Situado na Rua Distrito Federal, 1020, Bairro Siqueira Campos está o CAPS Liberdade. Dos cenários já visitados até o momento este foi o único que gerou certa apreensão por parte dos alunos. Talvez o motivo seja o receio de entrar em contato com a “loucura”, o que esperar? Infelizmente ainda paira na nossa sociedade a imagem da doença mental ligada ao paciente de manicômio. O fato é que ao penetrar no local sentimos o impacto. Ao começar pelo “porteiro” que era um dos usuários e nos recebeu prontamente. O local estava limpo, organizado e tranquilo. E se levarmos em conta que a sexta-feira era o dia dos pacientes mais comprometidos o impacto aumenta. Particularmente tive um encontro inesperado com uma figura que conheci a algum tempo, vagando pelos terminais da cidade em pleno surto. Indaguei André (gerente do local) sobre aquela mulher e ele me informou se nome, o estado em que chegou e sua atual situação de clara melhora. Ana Clara, assim chamava-se a “mulher do terminal” que encontrara no modelo de assistência presente sua segunda chance.
    Ouvindo e questionando o gerente do CAPS tomamos ciência das características dos serviços ali prestados: o caminho seguido pelos usuários (do acolhimento até a necessidade de internação hospitalar, que se da para contar os surtos de alguns, apenas), a ação de articulação da rede de saúde mental, o atendimento diário com a equipe multifuncional com atividades no sentido de promover a integração social, entre outras.
    Saímos então com a certeza do quanto a instauração da reforma foi crucial para estas pessoas. Um grande passo foi dado. É fato que uma mudança em tais proporções não teria uma fácil implementação. Os avanços devem ser contemplados, no entanto, a reforma precisa de uma nova reforma, como bem colocou André. E quando pensamos no suicídio (segunda causa mais freqüente de morte entre os jovens - OMS, 2013) como desfecho frequente de muitos distúrbios mentais fica evidente o esforço que ainda ha de ser feito a fim de atar as pontas soltas e promover a saúde mental em toda a sua abrangência.
    Referências:
    La salud mental em lãs Américas: Una reforma de mentalidad . Disponível em http://www1.paho.org/Spanish/DD/PIN/saludmental_004.htm. Acessado em 17 de fevereiro de 2014.
    OMS - Plan de acciόn sobre salud mental 2013-2020. Disponível em http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/97488/1/9789243506029_spa.pdf?ua=1. Acessado em 17 de fevereiro de 2014.

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  13. GILENALDO DE GOIS
    A reforma psiquiátrica ocorreu no Brasil no sentido de modificar o sistema de tratamento clínico da doença mental, eliminando gradualmente a internação como forma de exclusão social. Este modelo de internação seria substituído por uma rede de serviços territoriais de atenção psicossocial, os CAPS, Centros de Atenção Psicossocial, visando a integração da pessoa que sofre de transtornos mentais à comunidade. Nesse sentido percebe-se que o principal objetivo do CAPS é a promoção da cidadania ao doente mental, lhe proporcionando um convívio social e uma terapêutica multidisciplinar para a sua doença ou transtorno, no qual o doente mental é sujeito ativo do processo, bem como a sua família. Diferentemente do que ocorria nos manicômios e hospitais psiquiátricos que excluíam e segregavam os doentes mentais da sociedade e do seio familiar.
    Partindo dessa ótica, e confrontando esses ideais com o observado na visita ao CAPS III “Liberdade”, no Bairro Siqueira Campos – Aracaju/SE, pude observar, que de fato, esses centros trazem à tona uma nova realidade no tocante ao tratamento e mesmo à visão que a sociedade tem sobre o doente mental. Onde destaca-se um trabalho humano, social, psicológico, cidadão e por conseguinte um espaço de tratamento multidisciplinar que visa a recuperação plena dessas pessoas no próprio convívio social. Sendo que fora observado que esse centro oferece serviços médicos, psicológicos, psiquiátricos, de enfermagem, de assistência social, dentre outros, fornecidos por uma equipe multiprofissional. Esses centros se constituem também como um espaço democrático, onde a população, usuários e suas famílias ou outros da população em geral, como profissionais de saúde, podem e até devem participar contribuindo, deste feito, para a melhoria do tratamento aos transtornos mentais e a própria saúde mental no Brasil. Refere-se a esse ponto, por exemplo, as assembleias semanais que são realizadas entre usuários, gestão, profissionais e familiares para discutirem as ações do CAPS e construírem novas metas e melhorias dos serviços ofertados.

    BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. DEPARTAMENTO DE AÇÕES PROGRAMÁTICAS ESTRATÉGICAS. Saúde Mental no SUS: Os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.

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  14. Olívia Regina Lins Leal Teles
    Visita ao CAPS III Liberdade
    O CAPS III se mostrou o lugar perfeito para fechar as nossas atividades práticas. Nas visitas anteriores, tivemos oportunidade de conhecer a estrutura e profissionais do SUS, mas no CAPS, tivemos a chance de interagir e de ouvir os seus usuários e, principalmente, usuários tão deixados de lado pela sociedade como os que usam o CAPS.
    Durante a assembléia, a qual serve para os funcionários e os usuários discutirem suas ideias e avisos, muitas reclamações surgiram. Muitos reclamavam da falta de medicação, mas o que mais os incomodava era a falta de atenção da família. Isso nos faz pensar em como a doença mental é encarada de forma errônea pela sociedade e pela família e como o abandono está enraizado na vida desses pacientes.
    Eles também discutiram bastante sobre a dicotomia entre o manicômio e o CAPS e como eles se sentiam ao serem internados. Fiquei tocada quando eles pediram para termos respeito e cuidado ao receber um paciente com distúrbio psiquiátrico nas urgências ou no consultório. Ainda não cursamos a matéria de psiquiatria, mas percebi a importância da mesma. Saber compreender as necessidades e como interagir com esses pacientes se mostrou extremamente importante na nossa profissão depois dessa vista.
    O que também impressionou foi a união entre eles e o respeito que os mesmos tem pelos profissionais que trabalham ali. Foi muito bonito ver aquele relacionamento de respeito e igualdade.
    Fecho esse último relatório dizendo que as atividades práticas foram excelentes e educativas. Ajudaram-me a melhorar meu senso crítico e tomar mais cuidado com a veracidade das informações que me são passadas. Acho importante esse tipo de atividade, pois ela nos coloca mais próximo da realidade da população e da nossa profissão.

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  15. Nícolas Nascimento Santos.
    Visita ao CAPS Liberdade

    Mais uma visita muito enriquecedora e esclarecedora. E mais uma vez quebrando as imagens que temos das estruturas do SUS antes de conhecermos. É gratificante ver que há efetivamente uma tentativa de "desencarcerar" o doente mental. Eles realmente têm liberdade naquele centro. A porta fica com um cadeado destravado e as reuniões não são obrigatórias. Apesar de terem dito lá que havia muito mais usuários, achei um bom número de pacientes naquela reunião. Acho que essa reunião foi o que mais chamou atenção de todos nós. Toda organização, com pauta, ata e até um presidente.
    O mais legal é que eles têm voz e são escutados lá. Isso deve ser de uma extrema importância para eles, que muitas vezes são abandonados pela família, amigos e vizinhos. Alguns até fizeram desabafos sobre assuntos pessoais. E provavelmente é o único momento onde eles podem fazer isso e serem entendidos.
    Vimos que eles são relativamente satisfeitos com o atendimento e o funcionamento do centro, porém a maioria reclama do problema da falta de medicamentos que é essencial para o tratamento deles.
    Ouvimos as opiniões deles que viveram na pele experiências de passar pelo manicômio e as diferenças deste para o CAPS e todos concordaram que o tratamento na urgência mental deve ser revisto e repensado.
    Lembro também que um usuário frisou que faltam médicos psiquiatras e que para escolher psiquiatria há de se saber lidar com os pacientes. A psiquiatria realmente é uma área que necessita de profissionais.
    A visita foi muito importante para que pudéssemos abrir os olhos para uma parcela muito negligenciada da população. Todos fecham os olhos e fingem que não existem loucos, moradores de rua, usuários de drogas, etc. O CAPS tem um papel muito importante na reinserção desses indivíduos no convívio social. Eles também têm direito a ter uma opinião, desabafar suas angústias, ter assistência médica e social pois são cidadãos como todos nós.

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  16. Aluno: Mauricio Bezerra Brandão Neto

    Relatório referente à visita ao Centro de Apoio Psicossocial III Liberdade, localizado no Bairro Siqueira Campos, no dia 6 de fevereiro.

    Os centros de apoio psicossocial são caracterizados por oferecerem cuidados diuturnos aos pacientes com transtornos mentais, severos e recorrentes, além de atividades voltadas para a reabilitação. Surgiram como alternativa aos cuidados precários oferecidos nos hospitais e urgências psiquiátricas que apresentam um método arcaico de abordagem, pontos estes relatados pelos próprios pacientes com os quais tivemos contato. A visita em si me surpreendeu do ponto de vista organizacional que os próprios pacientes adotam, desmitificando a ideia de que num centro de atenção psicológica e psiquiátrica correspondesse a uma verdadeira anarquia.

    O CAPS funciona interdisciplinarmente com profissionais da saúde das diversas áreas para conferir uma assistência integral. Dentre as questões discutidas na assembleia em que estivemos presentes, uma reclamação muito comum: a falta de determinados medicamentos. Problema este que afeta muito a terapêutica de cada paciente e que pode precipitar o surgimento de novas crises. Outro ponto abordado, foi a diferença entre o tratamento que recebiam em hospitais psiquiátricos, não sendo de uma forma humanizada, mas sim humilhante na maioria das vezes. Também foi relatado o descompasso entre os familiares de alguns pacientes, que por terem um membro familiar, acabariam se apoderando de todos os recursos próprios do paciente. Isto demonstra o quão é difícil proceder de maneira eficaz o tratamento psiquiátrico, porque tem uma influência muito importante da família e da sociedade para que seja conseguido o êxito.

    Dentre outras virtudes, o CAPS proporciona a interação entre os pacientes, além de levá-los a redescobrir um novo sentido da vida. Atividades de lazer, de grupo e outras são realizadas com tal finalidade. Enfim, a visita acabou proporcionando um novo sentimento, descolado de uma razão da qual achamos ser detentor.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: Centro de Atenção Psicossocial. Brasília, 2004.

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  17. Thales Erick Sampaio Soares

    A visita ao Centro de Apoio Psicossocial III Liberdade foi de grande importância para o contato com a saúde mental. Não imaginava que os próprios usuários adoram está na instituição e que esta dispunha de tantas atividades para os pacientes. Foi muito interessante irmos no momento que se realizava uma reunião entre membros da gestão do CAPS e os próprios pacientes; a forma como a organização dessa reunião foi delegada aos próprios pacientes ( aos mais capacitados ou mais "lúcidos") me deixou entusiasmado. A comparação feita constantemente aos outros serviços de saúde mental, como o Hospital São José, com o CAPS foi interessantíssima, pois tal serviço os tratavam muito mal, houve relatos de agressão física por parte dos profissionais de saúde.
    Os CAPS são um dos alicerces fundamentais do SUS já que no quesito atendimento a pacientes psiquiátricos pouco ou nada existia. Foi minha segunda visita ao CAPS da Liberdade e como a primeira tive excelentes impressões daquele lugar. Fomos recebidos por funcionárias que passam bastante tranquilidade e senti bastante carinho na forma que as mesmas tratam os pacientes. Lá há equopes de psicólogos, psiquiatras, cuidadores, enfermeiros que desempenham juntos um papel multidisciplinar visando a reinserção dos pacientes nas suas antigas familias, trabalho e em locais publicos. Além disso, há diversas oficinas (musica, pintura, etc) que pretendem diminuir o numero e a intensidade das crises; há atividades físicas; atividades lúdicas; medicações (antes o principal tratamento) e há ainda a existencia de reunioes com os familiares visando conhecer melhor as relações familiares já que muitas vezes tem papel fundamental na fisiopatologia.
    Os CAPS foram inseridos no contexto da Reforma Psiquiátrica visando a substituição gradativa dos tão polemicos Hospitais Psiquiátricos. Tais Centros funcionam todos os dias 24hrs e oferecem serviços de consultas medicas, além de nos casos mais graves que não são direcionados à Urgência Mental oferecem serviço de internamento. Nos casos mais crônicos que levam mais tempo, os pacientes são encaminhados para Residências onde muitos não tem mais famílias que o acolham. Nessas residência há uma escala oficial de cuidadores que tem conhecimentos de enfermagem.
    Como falei anteriormente, fiquei muito satisfeito com essa visita, vale ressaltar que não me apego a romantismos mas apenas ao que vi livre de artefatos romantistas. Dessa forma, talvez a maior preocupação atual seja a falta de pesquisas que nos permitam embasamento científico e impedir que haja manicomialização desses centros já que muitos funcionários mesmo que sejam cuidadosos e transmitam carinho foram funcionários dos antigos Hospícios.
    http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela
    http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000100021

    http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=925

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  18. Lucas Moura Araujo

    Assim como as visitas anteriores, esta visita ao CAPS foi interessante. De um modo geral, o objetivo central da proposta desta visita foi atingido: conhecermos melhor as pessoas atendidas pelo centro, entendendo sua dinâmica de grupo e, principalmente, vendo-as como cidadãos. Na verdade, em sociedade essas pessoas geralmente são renegadas e através da assembléia que fomos assistir nos foi dada a oportunidade de ver suas interações sociais e também suas reivindicações, sugestões, críticas e conselhos. Isso reforça, mais uma vez, uma visão mais ampla da medicina e do processo de adoecer.

    Apesar de já ter feito uma visita anterior ao CAPS, essa nova visita serviu para reforçar todos os pontos básicos que incluem os defeitos e as qualidades do sistema, mas o grande diferencial, a meu ver, foi que esses pontos desta vez não foram nos dados apenas pela equipe profissional, mas pelos pacientes que sofrem o maior impacto tanto do negativo quanto do positivo envolvido. Através da assembleia, pudemos ver suas reclamações - das mais sérias às mais banais -, o que lhes satisfaz em relação ao CAPS - a relação entre os pacientes e o centro, como se sabe, é majoritariamente positiva - e também a relação destes com seus familiares, a dificuldade vista por estes em sua aceitação numa dinâmica social fora do centro e também as dificuldades envolvidas em fazerem parte integrante de um sistema único de saúde que, apesar de uma boa proposta, muitas vezes não consegue suprir a demanda que lhe é dada.

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  19. Helaina Peixoto Gurgel
    Visita do ao Centro de Apoio Psicossocial III (CAPS III) “Liberdade”.
    No dia da visita tivemos oportunidade de acompanhar o momento que os usuários tinham de manifestar suas idéias e reclamações numa reunião entre eles e funcionários. Foi muito rico, quebrou aquela imagem que o paciente psiquiátrico era “incapaz”, eles se mostraram bem organizados, com um secretário e um delegado da assembléia e os funcionários da instituição participaram como ouvintes junto aos demais usuários.
    Eles foram críticos, cobraram sobre a falta de medicação, mas também elogiaram a instituição e a equipe. O CAPES é essencial para eles, aí encontram o apoio que os familiares e amigos muitas vezes não dão, percebe-se a carência social desse grupo que é tão marginalizado. Na instituição eles realizam atividades em grupo de lazer, educação, apoio psicológico, com as oficinas de família, música, costura entre ouras.
    O fato mais marcante da visita foi o momento que alguns falaram sobre como erram tratados pelos familiares. A maioria disse que a família só se interessava pelo benefício que eles recebiam, não davam apoio nem os cuidados necessário, sendo algumas vezes abandonados por elas. Aqueles que tinham o apoio da família disseram que esta é/foi de fundamental importância.
    Foi de fato interessante e complementar às demais visitas. O CAPES pareceu bastante estruturado, com uma equipe que faz o seu trabalho com a devida atenção e cuidados ao grupo.

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  20. Sérgio Reis Marques
    Visita ao Centro de Atenção Psicossocial(CAPS) em 14 de fevereiro de 2014.
    A visita ao CAPS foi de grande valia, pois vimos o quão importante foi a substituição dos antigos manicômios, onde os loucos eram isolados do convívio social e submetidos aos mais diversos tratamentos, desde prisões à eletrochoques. Apesar de ainda haver resquícios dos maus tratos sofridos pelos internos, pude perceber uma liberdade entre eles, pois os mesmos tinham total liberdade, podiam fumar, momentos de recreação, acompanhamento multiprofissional, e podiam retornar as suas casas. Fazendo com que estes recebam seus tratamentos, sejam por doenças congênitas, ou por momentos de crise, porém podem retornar a sociedade e interagir com esta, fato este que é de grande importância para o seu processo de cura, ou de atenuação da sua patologia.
    Foi muito proveitoso, pois conheci um pouco a estrutura dos diversos CAPS e a rotina dos profissionais que lá trabalham, podendo quebrar um pouco do preconceito que ainda cerca a especialidade da psiquiatria.

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  21. Igor Felipe Santos Santana
    A última visita da disciplina Saúde Coletiva III se deu no CAPS Liberdade, no dia 06/02/2014. Os CAPS, sigla para Centro de Apoio Psicossocial, são instituições que vieram para substituir os hospitais psiquiátricos, estruturas ultrapassadas, pois faziam apenas o tratamento por meio de contenção física e medicamentos. Fico feliz ao presenciar que o CAPS Liberdade põe a proposta em funcionamento de forma ordeira e correta. Os depoimentos dos profissionais deixam claro esse sucesso do CAPS, pois utilizam argumentos otimistas, positivos e satisfeitos em relação à instituição. Foi visto também a qualidade do serviço oferecido, evidenciada pela qualidade do atendimento e boa vontade dos profissionais que ali trabalham. Nessas instituições, os pacientes aprendem o seu papel na sociedade, desenvolvem um senso crítico interessante em relação a si e aos que te rodeiam e isso foi visto em uma assembleia que eles realizam entre eles todas as quintas para resolver problemas de convivência, problemas da estrutura física e social do CAPS, mostrando assim que os pacientes psiquiátricos também sabem resolver seus problemas entre eles mesmos. Essa visita, a última, diga-se de passagem, foi muito importante para o meu eu como profissional, pois vi que esse tipo de instituição funciona sim.

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  22. Marília Prudente Menezes
    Relato referente à visita ao CAPS Liberdade.
    A visita ao CAPS foi realmente bastante interessante. Eu já tinha uma idéia de como funcionava o serviço e qual o motivo de sua criação, porém nunca tinha tido a oportunidade de conhecer realmente nenhuma das suas unidades. Devo dizer que realmente me surpreendi com o que encontrei. Achei a unidade bastante organizada e achei essa visita especialmente enriquecedora, pois dessa vez pude perceber como é a visão do usuário a respeito do serviço ofertado. Durante a assembléia, me impressionei com o respeito que existe entre todos, bem como com a autonomia dada aos usuários para dar opiniões, compartilhar dificuldades e reivindicar direitos. A cobrança pelos medicamentos foi uma parte realmente importante, pois demonstrou que eles realmente têm consciência das suas necessidades e que estão dispostos a lutar pela sua saúde. Ainda dentro dessa questão, também gostei da atitude do coordenador do CAPS, o qual reforçou que eles deveriam ir diretamente à ouvidoria e relatar esses problemas.
    Outro ponto observado foi a ausência da família, a qual muitas vezes ainda não entende o transtorno psiquiátrico e acaba se esquivando da responsabilidade ou, ainda pior, exclui o individuo do convívio familiar. Ficou claro que ainda existe a necessidade de esclarecimento a respeito dos transtornos mentais e de uma conscientização de que o apoio familiar é extremamente importante para tratamento.
    Por fim, acho que foi uma das melhores visitas que fizemos, pois pudemos ter um maior acesso a um assunto que geralmente é cercado de preconceitos e que acabamos tendo pouco contato durante o curso. Serviu para ampliarmos nossa visão a respeito das positivas mudanças ocorridas no contexto da doença mental, bem como reforçar a necessidade de quebrar preconceitos, buscando sempre a integração desses usuários ao pleno convívio social.

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  23. Magno Muniz dos Santos

    A visita ao CAPS foi de grande proveito para a minha formação... logo na entrada na unidade consegui fazer uma salutar reflexão sobre os doentes psiquiátricos...a importância do seu singular e bonito papel em colabora...o próprio doente tomava conta do portão, mesmo com a sua fragilidade psiquica se mostrou solicito com todos! Fiquei muito assustado quando fui conhecer todos os compartimentos do centro, pelos corredores circulavam os pacientes do centro, vários funcionários desenvolvendo diferentes atividades para o controle e auxílio das necessidades dos psiquiátricos... Tivemos também várias informações sobre o funcionamento do centro..informações colocadas pelo coordenador do centro que se mostrou competente e satisfeito ao seu bonito papel em cuidar e fazer do centro um local de vivência e comodidade para os doentes! Em suma, foi de grande proveito todas as visitas aos diferentes lugares que o SUS integra. A participação e doação para os diferentes setores do SUS é um compromisso muito importante para todos os estudantes da saúde! O importante é colaborar e somar!

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  24. Marcelle Vieira Freire

    A visita ao CAPS foi a minha favorita. Eu nunca nem tinha ido a nenhuma unidade e nem sabia como se dava seu funcionamento e fiquei bastante impressionada. Os pacientes pareciam gostar muito do local e realmente a impressão passada foi de organização, sentimento de coletividade, acolhimento. Foi muito bacana ver os pacientes interagindo na reunião, expondo seus problemas, uns inclusive coordenando a reunião. Me surpreendi sobre como eles são conscientes do problema deles e como lúcidos a respeito da doença.
    Infelizmente, a questão da família pareceu algo muito marcante na vida da maioria, que acabam sendo excluídos do convívio social e tem seus cuidados negligenciados por aqueles que deveriam ser mais próximos.
    Muito bom também foi a questão das atividades realizadas la, até um carnaval estava sendo marcado no dia da visita, muitas oficinas e um sistema que propicia realmente o cuidado e o suporte para estabilização do paciente.
    Encerramos as visitas com chave de ouro.

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  25. Marcel Lima Andrade
    A última visita da disciplina, a meu ver, foi a mais interessante. Conhecer a assistência aos pacientes psiquiátricos foi não só edificante como cativante. O fato de estar integrada à rede de atenção básica me pareceu bastante positivo e funcional, assim como os demais serviços visitados, mostrando a importância da interligação dos níveis de atenção à saúde do SUS. O fato de haver uma equipe multidisciplinar tratando esses pacientes mostra-se extremamente positivo, fato percebido pelos relatos pessoais dos mesmos, que em diversos momentos fizeram questão de explicitar o quão se sentiam bem naquele ambiente. Assim como outros serviços, o CAPS não está livre de algumas falhas, como a falta de medicamentos relatada em assembleia, problema que se questionado e reivindicado pelos usuários pode ser resolvido ou pelo menos diminuído. O contraste do serviço oferecido pelo CAPS e as casas de repouso nos remete ao histórico de discriminação e maus-tratos aos pacientes psiquiátricos nos hospícios, que apesar de superado ainda deixa cicatrizes que permanecem na sociedade atual. Ver como as oficinas os auxiliam a esquecer por um momento que estão doentes e que ali tem alguém que se importa com eles, algo que muitas vezes não ocorre na própria família, me faz acreditar cada vez mais na medicina e ter a certeza de que escolhi a profissão correta.

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  26. Michel Fábio da Cruz Ferreira
    Esse relatório foi feito a partir da visita no CAPS Liberdade. Primeiramente gostaria de ressaltar que nunca fui em um CAPS e saí de lá com uma idéia completamente diferente da que eu imaginava. Primeiramente ao chegar me deparei com um porteiro inusitado, um dos pacientes do CAPS tomou para si a profissão de porteiro e abria e fechava a porta para a transito dos visitantes. Logo após fomos recebidos por um responsável que nos apresentou a unidade e aprendemos que todo CAPS é porta aberta do SUS e permite a entrada e saída de pacientes que não ficam necessariamente internados na sede mas podem ir e voltar quando desejarem atendimento, mais uma coisa que não sabia e que acho de grande importancia no tratamento do paciente psiquiatrico. Os pacientes em geral estavam calmos, muitos deles medicados, e curiosos com a nossa presença. A visita não pode se prolongar muito esse dia devido a alguns percalços mas pudemos aprender um pouco sobre o fluxo e a dinâmica de como o serviço CAPS funciona.

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  27. FLÁVIO ARAGÃO SILVA

    A nossa terceira visita foi realizado no Centro de Apoio Psicossocial (CAPS) III Liberdade. Pela primeira vez tive a oportunidade de conhecer mais de perto um CAPS. Sabia da existência e, também, como se deram os embates e lutas para origem desses CAPS. Esse surgimento foi seguido de árduas batalhas, de grandes sofrimentos e estimadas esperanças. Não obstante, conhecer somente a sua história não significa conhecer a sua realidade dia a dia. Foi nesta disciplina o momento oportuno de conhece-la. Experiência grandiosa e ímpar, que me fez refletir o quanto a saúde pública, mas principalmente a saúde mental, deu saltos substanciais, apesar, é claro, que ainda precisa de melhorias. Esses avanços, somente quem utiliza pode testemunhar. No tocante a saúde mental, ficou bastante claro a mudança, de manicômios para CAPS, pelos depoimentos e declarações dos próprios usuários com distúrbios psiquiátricos. Foi unanime este fato, e eles acrescentaram a importância destes centros no papel de acolhimento, humanização e respeito para com os seus problemas. Fiquei bastante feliz em saber o quanto eles gostavam do local, das atividades que os profissionais desenvolviam e dos cuidados que, estes, tinham para com os pacientes, pois sabemos que a sociedade, mas principalmente a família não aceitam essas pessoas e só toleram pelo dinheiro de sua “invalidez”. Essas afirmações foram observados no momento da assembleia, dentro do CAPS, organizada por eles mesmos. Nesta assembleia eram discutidos e expostos vários pontos, tais como: a falta ou atraso dos medicamentos, a necessidade de mais profissionais qualificados e humanizados, adesão da família como parte importante no tratamento, a redução da permanência deles na unidade, pois seu funcionamento não é 24h, além de uma rede integrada (UBS – CAPS – URGÊNCIA E INTERNAMENTO PSIQUIÁTRICO), dentre outros. Reinvindicações bastantes lúcidas e coerentes para a insanidade de quem as expõem. Em suma, me faz pensar porque pessoas consideradas insanas podem, mesmo que momentâneo, expor ideias, sugestões, reinvindicações tão coerentes, tão racionais e obvias? Será que o poder público e a sociedade é tão racional, tão logica em suas conclusões que não conseguem perceber essas pessoas como cidadãs, humanas que não possam ser ouvidas? A minha impressão é que a saúde mental é barrada, ainda, pelos muros do preconceito.

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  28. No dia 14 de fevereiro de 2014, foi realizada uma visita ao (Caps) Centros de Apoio Psicossocial no Bairro Siqueira Campos, reunidos em grupo de aproximadamente 15 a 20 pessoas. Sob o comando da professora Ana Débora, na disciplina de Saco III, em que tivemos a oportunidade de ver, investigar, se inteira e praticar das ações que ocorrem por lá. Foram apresentada toda a estrutura física, e os tipos de atendimento, quem são os usuários, como eles dão entrada, o tipo de alimentação, comportamento, quais são os profissionais que trabalham, suas atribuições, o que fazem, os tipos de atividades diárias ou seja pela menção do diretor que fez um levantamento de tudo que ocorre lá.
    Dentro do que observei, vi que o ambiente é limpo, arejado, não dá conforto mais também não é destruído por suas ações indefesas, existe uma falta de dinâmica ou seja uma atrativo para os usuários. A alimentação segundo alguns tem um porte legal, tendo em vista que poderia melhorar, cada usuário possui um tipo de transtorno um com um grau maior ou menor, ao meu vê deveriam receber uma atenção diferenciada para aqueles mais agressivos e uma observação maior ao que eles fazem, pois deu para perceber que alguns tinham um reflexo de revolta e acabavam se envolvendo com o transtorno do outro.
    Cada um tinha seu próprio perfil, uns quietos só observando, outros bastante agitados, outros que faziam o papel de porteiro, uma que ficava tentando chamar atenção, outros se aproximava, bem como se afastavam do ambiente em público.
    No entanto pudemos perceber o problemas do outros sem precisar perguntar que ele achava ou pensava, simplesmente elo observar de suas atitudes. Para mim foi a visita que considero bastante importante pois nos abre para o entendimento de várias situações vividas por nossa sociedade, desde o desprezo ao bom convívio social, aprender que existem limitações que nos afasta de estarmos numa sociedade de igualdade a todos.

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  30. A visita ao CAPS confirmou a ideia de que já possuía do mesmo em relação às atividades desenvolvidas na referida instituição. Tais espaços surgiram como substituintes/auxiliares aos manicômios e hospitais psiquiátricos – que, muitas vezes, utilizam-se de métodos considerados “selvagens” e até mesmo assustadores - e passaram a dar mais dignidade no tratamento daqueles que possuem algum distúrbio/transtorno mental. A minha surpresa na visita ficou por conta da reunião que foi presenciada ser mediada por um paciente, o qual desempenhou muito bem o seu papel, chegando a surpreender-me.
    Conforme os objetivos traçados pela Coordenação Estadual de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde (Ceap/SES) o objetivo da unidade visitada, assim como outros CAPS do município é enquadrar-se na Política de Atenção Psicossocial, dando por conseguinte, atenção às pessoas portadoras de transtorno mental e usuários de diversas drogas visando estimular a autonomia para viver e/ou ‘reaprender’ a viver com suas limitações e potencialidades, sobretudo nos momentos de crises ou recaídas, inaugurando, no cotidiano dos usuários, possibilidades de experimentação de novas maneiras de caminhar na vida.
    Para conseguir tais objetivos, o CAPS visitado usa de diversos artifícios, tais como atividades integrativas e recreativas, palestras, atividades de pintura e teatro, dança, festas de carnaval e muitas outras para ensinar uma “nova” forma de relacionamento aos usuários, “muito diferente daqueles métodos utilizados pelos manicômios/hospitais psiquiátricos” (sic). Além disso, dispõe de variados serviços de saúde, entre os quais, destacamos médicos psiquiatras, nutricionistas, psicólogos que tentam dar um suporte na realização das atividades.
    Por fim, destaco a atividade desses centros como fundamentais na “ressocialização” daqueles que apresentam distúrbios mentais. Através desses Centros, muitos estão vendendo o preconceito e conseguindo ter uma rotina “normal” – emprego, família, lazer.
    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
    Secretaria Estadual de Saúde. Disponível em http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151. Acessado em 23/02/2014 às 11h07min.

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  31. Carla Vanessa Oliveira do Nascimento

    Relatório sobre a visita ao CAPS III Liberdade no dia 14 de Fevereiro.

    Foi uma visita bastante interessante e diferente das outras. Antes mesmo de entrar, um fato me chamou atenção: o porteiro era um usuário da unidade. Isso me surpreendeu positivamente, pois vi na prática que o CAPS realmente age diferente dos manicômios e hospitais psiquiátricos. Ele está procurando reinserir o indivíduo na sociedade e não afastá-lo como faziam as outras unidades, para isso desenvolve atividades com uma equipe multidisciplinar através de atividades físicas e oficinas expressivas, faz o acompanhamento clínico, além de dar suporte para as crises. Segundo BARRETO e BÜCHELE (2005 apud MOREIRA et al, 2008) ,“no aspecto mental e social, a ocupação proporciona distração, socialização, segurança, sublimação de tendências antissociais, restaurando o pensamento sadio, desenvolvendo talentos pelo emprego do poder de concentração e habilidades de cada um. A ocupação é um aspecto importante tanto na “vida normal”, como também é elemento essencial da terapêutica psiquiátrica, que tornará possível a reintegração do paciente na sociedade”. A partir desses autores vemos a importância de instituições como o CAPS.

    Minha visita foi num dia de Residência Terapêutica (RT), portanto os usuários eram pessoas com transtorno mental mais debilitadas por terem ficado longamente internadas e terem perdido seus laços familiares e sociais. Em virtude desse tipo de internação, grande parte não conseguiu se recuperar muito bem. Por exemplo, uma senhora que não caminhava e sim engatinhava, outras que estavam deitadas no chão ao invés da cama. Nos manicômios e hospitais psiquiátricos essas pessoas não eram tratadas com dignidade, não tinham direitos à roupa, a comer na mesa com pratos e talheres, a deitar na cama. Fico feliz por essa situação está mudando. Mas é preciso não se acomodar e tentar sempre diminuir o preconceito e oferecer uma vida mais digna a essas pessoas.

    Referências Bibliográficas:
    http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151
    MOREIRA, LHO et al. A inclusão social do doente mental: contribuições para a enfermagem psiquiátrica. Inclusão Social, Brasília, v. 3, n. 1, p. 35-42, out. 2007/mar. 2008. Disponível m: . Acesso em 23 de Fevereiro de 2014.

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  32. Marckssuelly Cassia da Silva Melo

    É sempre muito bom fazer esse tipo de visita, eu particularmente que fiz Psiquiatria este período e tive algumas oportunidades de visitar alguns CAPS, já conhecia um pouco a estrutura física e o funcionamento do CAPS. No CAPS Liberdade não foi diferente, uma boa estrutura e profissionais dedicados, comprometidos com o tratamento dos usuários, mesmo com todas as dificuldades que nós sabemos que o atendimento a pacientes psiquiátricos passam no Brasil. O CAPS dentro de suas atividades realiza oficinas de artes, atividades educacionais e física. O legal que eu acho do CAPS é que o usuário tem o acompanhamento de seu tratamento perto da sua família e comunidade, eles não precisam ficar "trancados" em hospitais psiquiátricos, essa inclusão social é importante para o tratamento, a prova disso foi saber que o porteiro era usuário da unidade. O CAPS tem importante papel psicossocial na atenção à pessoas portadoras de transtorno mental e usuários drogas, estimulando a autonomia de seus usuários, muitos tem o CAPS como seu "porto seguro".

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  33. YVES GLÁUBER SILVA DOS SANTOS
    Relatório da visita ao CAPS III Liberdade realizada no dia 6 de fevereiro de 2014
    Na visita ao Centro de Atenção Psicosocial III Liberdade eu presenciei uma plenária com os profissionais da instituição junto aos pacientes. Todos os presentes tinham direito à fala. Esse foi o primeiro ponto que discordou da imagem disseminada de como os indivíduos com distúrbios psíquicos são tratados. Segundo a visão dominante eles deveriam estar isolados, severamente sedados e, em algumas ocasiões, fisicamente restritos. Os Centros de Atenção Psicosocial funcionam, entretando, sobre princípios diferentes, mais humanos. Embora o CAPS possua leitos para acolher pacientes em momentos de crise, o tratamento promovido pela instituição não é baseado na internação dos pacientes. Ao contrário, busca sua integração no seu contexto social. E, pelo que pude perceber dos comentários durante a reunião, os medicamentos são uma parcela pequena da terapêutica disponibilizada pelo CAPS. Há oficinas variadas onde os pacientes desenvolvem atividades artísticas, esportivas, culturais e outras. As reuniões, como a que presenciamos, permitem que os usuários do Centro compartilhem experiências e dificuldades, inclusive desenvolvendo um senso de comunidade.
    O momento mais enriquecedor da visita foi quando ouvi os relatos dos pacientes. Eles disseram como ainda são vítimas de preconceito, por parte de estranhos e de familiares. Um homem chegou a comentar que o benefício que recebia muitas vezes era usurpado por familiares. No ambiente criado pelo CAPS recebiam o acolhimento que não encontravam em outros locais.
    A imagem que vem a logo a mente quando pensamos em como as pessoas com transtornos mentais são tratados (internação, sedação, exclusão), contudo, não é ficção ou relíquia do passado. Coexiste e durante a visita houve relatos de pessoas que recentemente, durante crises, ou quando ainda não eram usuários do CAPS, vivenciaram esse sistema. O apreço ao trabalho realizado pelo CAPS e seus profissionais ficava mais nítido em tais momentos.
    Pelo que eu percebi um dos grandes desafios que o CAPS III Liberdade e seus usuários enfrentam é a relação com a sociedade e a família. Um dos tópicos da reunião foi justamente um projeto para atrair familiares para reuniões e atividades do CAPS, ao que pacientes replicaram que seus familiares relutavam mediante essa aproximação. O próximo passo, então, não só do CAPS III Liberdade, mas de suas instituições afins, é extrapolar para as famílias e a sociedade o acolhimento que os seus usuários já desfrutam em seu interior.
    Referência: http://www.ccs.saude.gov.br/saude_mental/pdf/sm_sus.pdf

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  34. Mateus Santana de Andrade, Visita ao CAPS III Liberdade no dia 14 de fevereiro

    A visita ao CAPS Liberdade (Centro de Atenção Psicossocial) foi de suma importância para a quebra de alguns preconceitos, ao chegar a unidade fiquei um pouco assustado em relação a livre circulação dos pacientes com distúrbios mentais, porém com uma conversa com o coordenador da unidade, percebi a grande importância e conquista deste ato, um centro em que os pacientes tem livre acesso e podem circular pela unidade com o desenvolvimento de atividades que amenizam tais patologias, antes as quais apenas tinham como único tratamento a exclusão.
    Após a criação dos Centros de Atenção Psicossocial – CAPS, pessoas com transtornos mentais excluídas socialmente e isoladas da comunidade podem ter uma atenção e um tratamento especial de resocialização e acompanhamento clínico dos seus transtornos. A marginalização do louco prevaleceu na sociedade e se impregnou por um longo tempo, porém tenta-se estabelecer uma nova ordem na tentativa de inserir tais pacientes na sociedade novamente e quebrar o tabu de que distúrbio mental não tem solução. A população tem livre acesso ao serviço oferecido pelo SUS, porém ainda grande parte desta não sabe da existência desse serviço de qualidade ou não tem sua região coberta por tal centro, apesar do grande avanço tais centros ainda estão em evolução e seu número deve aumentar cada vez mais no território brasileiro.
    Segundo o Ministério da Saúde, a rede nacional existente é composta por: 968 CAPS I, 468 CAPS II, 76 CAPS III, 186 CAPS i, 301 CAPS AD. Além disso, o município de Aracaju tem um eixo de cuidado composto por 14 leitos em Enfermarias Especializadas em Saúde Mental, 6 CAPS, 1 Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua e 3 CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social. Portanto, pode-se observar que em Aracaju existe uma estrutura de atendimento ao paciente com distúrbios psicossociais porém deve-se investir cada vez mais nessa parte da saúde tão esquecida e isolada da comunidade, vê-se a necessidade de expansão do serviço para o interior de diversos estados do Brasil, porém, além de estrutura, é necessário o incentivo a profissionais médicos, enfermeiros, técnicos, psicólogos e várias outras áreas de cuidados para que o serviço seja de completa qualidade.

    Bibliografia:
    -http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/cuidado/outros-centros-atencao-psicossocial.html
    -http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/pesquisa.html

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  35. Marcos Vinícius Ribeiro Nascimento

    Na visita ao CAPS pudemos perceber já de cara que o modo como os doentes psiquiátricos são tratados lá foge totalmente do modelo tradicional utilizado nesse tipo de paciente. Por ser um centro de atenção, e não uma unidade de internação, o dia-a-dia dos pacientes é baseado na interação e compartilhamento de informações que possam, de alguma forma, contribuir para uma melhor inserção no meio social. Por isso, são realizadas reuniões e oficinas, estimulando cada um deles a participar de alguma forma, independente do grau de deficiência que eles apresentam. Com isso, as consultas psiquiátricas e psicológicas que são realizadas lá mesmo podem ser associadas a essas atividades no intuito de observar e acompanhar a evolução de cada paciente, afinal não é um trabalho feito a curto prazo. Como foi dito pelos próprios frequentadores do centro, os profissionais lá são muito mais capacitados a lidar com os momentos de crise que passam esses pacientes, afinal são nesses momentos que eles acabam passando pelos maiores transtornos. Na maioria das vezes, eram levados para os hospitais psiquiátricos e recebiam medicações fortíssimas ao longo do tempo que permaneciam internados, sendo na maioria das vezes mal tratados. O que eu percebi é que no CAPS o que mais atrai os pacientes é justamente a forma de tratamento que eles recebem, sendo totalmente diferente das experiências ruins vividas anteriormente, o que leva o paciente a aderir de forma muito mais comprometida ao tratamento. Aparentemente, das visitas feitas, foi a que mais demonstrou um lado humano por parte dos funcionários, deixando transparecer uma energia muito boa para todos que participaram da atividade.

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  36. João Manoel
    Relatório de visita ao CAPS Liberdade, Bairro Siqueira Campos

    Fechamos o ciclo de vivências práticas com chave de ouro. Durante a visita ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) pudemos ouvir e entender um pouco a visão dos usuários e também dos funcionários daquele centro. No ensejo, vivenciamos a reunião semanal realizada entre os usuários do serviço e os responsáveis pela organização das atividades e do funcionamento do CAPS. Foi percebido, que, de fato, o os usuários são acolhidos, ouvidos e bem tratados, assim, pode-se dizer que os CAPS representam significativamente um grande marco na Reforma Psiquiátrica Brasileira envolvendo uma luta antimanicomial. O serviço oferecido é do tipo portas abertas, em esfera regional, sem a necessidade de um encaminhamento das UBS ou NUCAAR.

    Durante o debate de “idéias”, “pautas” e “informes” ao ouvir os relatos dos usuários, ficou claro a importância da luta contra o modelo hospitalocêntrico (baseado em internações em manicômios), do CAPS e a luta ao resgate da cidadania e do respeito dos usuários pela sociedade, e sobraram elogios por parte dos usuários, o que me deixou feliz e motivado a acreditar numa saúde pública onde o usuário é satisfeito com o serviço que lhe é oferecido. No entanto, também, ouvimos algumas reclamações que giravam em torno da falta de medicamentos, necessitando resoluções que fugiam dos poderes do CAPS, e assim, esbarrando-se na burocracia que aflige vários setores do nosso país, infelizmente. Mas mesmo assim, observou-se que toda equipe e usuários estavam discutindo e debatendo para tentarem chegar à melhor solução desse problema, sem hierarquização, algo que achei muito bonito e um exemplo a ser seguido.

    Percebi também, que o CAPS Liberdade utiliza estratégias para inserir a família, no processo de cuidado ao portador de deficiência mental, pois é reconhecido o valor da participação familiar na assistência ao doente mental, para o alcance de melhor qualidade de vida do doente e da família (SPADINI, 2006). Os funcionários informaram que existem várias oficinas com o objetivo de participação familiar. Portanto, a parceria com a família se constitui em estratégias de mobilização e comprometimento para o cuidado da pessoa que sofre psiquicamente, integrando CAPS, usuário e família. O único ponto negativo foi a pouca adesão dos familiares que muitas vezes não contribuem como deveriam para ajudar no tratamento dos seus familiares.

    Enfim, a vivência foi de extrema importância para mim, serviu para quebrar o paradigma do preconceito, no momento que conheci como é a realidade de uma parte dos pacientes psiquiátricos e o que vi foram pessoas, que garanto se a encontrassem na rua seriam apenas pessoas como quaisquer outras pessoas. Apesar de todas as dificuldades relacionadas ao sistema de saúde, acredito que esses profissionais do CAPS realmente se aproximam e lutam para atingir o objetivo da reforma psiquiátrica e da estratégia da Atenção Psicossocial que é tratar a saúde mental de forma adequada, oferecendo atendimento à população e promovendo a reinserção social dos usuários. Fiquei muito satisfeito, não só essa visita, mas com todas as outras.
    Brasil. Ministério da Saúde; Secretaria de Atenção à Saúde; Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: os Centros de Atenção Psicossocial. Brasília; 2004.
    Spadini LS, Souza MCBM. A doença mental sob o olhar de pacientes e familiares. Rev Esc Enferm USP. 2006; 40(1): p. 123-127.

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  37. José Cicero da Silva

    Visita ao CAPS III Liberdade. realizada no dia 6 de fevereiro de 2014.

    A visita ao CAPS III Liberdade, no Siqueira foi, talvez, a melhor experiência de todas que já tive visitando o SUS. Foi muito satisfatório saber que no CAPS os doentes psiquiátricos são tratados com respeito, dignidade e valorização da pessoa humana. Na reunião a que nós participamos, por exemplo, todos têm o direito de falar, inclusive os próprios pacientes que a conduz. Cenário muito diferente do encontrado nos hospitais psiquiátricos, onde muitas vezes os pacientes foram tratados como prisioneiros, sem nunca ter cometido um único crime. Os próprios pacientes deram relatos de como a vida deles mudou com a implantação dos CAPS, e são unânimes ao falarem que preferem o CAPS aos hospitais. O que vimos foi que, nos CAPS, o tratamento não se restringe apenas ao medicamentoso, são organizadas oficinas, festas, palestras, reuniões com familiares, entre muitas outras atividades. No CAPS, existem pacientes em diferentes graus de transtorno, desde os mais leves aos mais severos. Existem leitos para internamento, mas estes são evitados ao máximo, pois o objetivo é justamente inserir o paciente de volta na comunidade e na família de forma que ele volte para casa no fim do dia, por isso é incentiva a participação dos familiares e da comunidade.Não só o estudante de Medicina, faz todo cidadão deveria visitar e acompanha os CAPS, como uma forma de acabar com o estigma do doente mental severo, totalmente avesso à própria vontade.

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  38. Mônica Wolf

    No dia 13 de fevereiro visitamos o CAPS no Bairro Liberdade. Eu sabia da existência e dos objetivos do CAPS antes da visita, porém desconhecia detalhes do seu funcionamento e também nunca tinha entrado em contato com esses pacientes.
    Como era uma quinta-feira, tivemos a oportunidade de presenciar e participar com nossas dúvidas de uma assembleia que é realizada semanalmente entre os pacientes e os funcionários da instituição. Durante a assembleia eu pude observar que mais do que uma unidade voltada para o tratamento e acompanhamento de pacientes psiquiátricos, o CAPS representa uma micro-sociedade própria deles em que há organização de funções e uma dinâmica interessante entre os pacientes em diferentes estágios das doenças.
    Durante a reunião foi exposta a dificuldade dos pacientes de obter algumas medicações necessárias e essa foi uma dificuldade reforçada pelos profissionais do CAPS que questionamos ao final. Outra reclamação dos pacientes foi em relação ao tratamento que recebem em centros maiores (como no Hospital São José) quando necessitam atendimento de urgência. Eles alegam que no CAPS é diferente, que se sentem acolhidos e até melhores quanto a doença quando frequentam a instituição. Alguns pacientes chegaram a comentar que levantam muito cedo de manhã só para chegar bem cedo no CAPS e aqueles que não o frequentam todos os dias queriam muito poder fazê-lo. Isso, para mim, mostra como o trabalho lá é bem feito, porém também configura um problema ao passo que a capacidade de atendimento é muito menor do que a demanda. A relação da família com os pacientes (na sua maioria) também pareceu um problema a ser enfrentado, porque muitos familiares não compreendem a condição desses pacientes, praticamente os abandonam e alguns infelizmente até se aproveitam financeiramente da situação, como foi relatado pelos próprios pacientes.
    Gostei de saber sobre as atividades realizadas como as assembleias, as oficinas de diferentes artes, a chamada oficina de família para tratar das questões que mencionei e até eventos externos, como passeios e um bloco de carnaval.
    A experiência foi a melhor da matéria e realmente me tocou. Fiquei feliz por saber que pelo menos uma parte da população usuária do SUS que necessita de acompanhamento psiquiátrico tem acesso a isso. E a um bom serviço, apesar das dificuldades.

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  40. Visita ao CAPS III Liberdade no dia 14/02/2014
    Lycianne Gabriela dos Santos Oliveira

    A visita ao CAPS III Liberdade foi bastante enriquecedora, pois foi a primeira vez que eu conheci um local do SUS voltado ao atendimento ao paciente psiquiátrico. Não imaginava como era feito, na prática, o tratamento a esse público.
    Considero a estrutura física daquele CAPS satisfatória, pois os pacientes estavam sendo tratados de forma digna. Basta comparar com os relatos chocantes sobre a forma como eram tratados quando haviam os manicômios: ficavam nus no chão, submetidos a eletrochoques , diversos maus tratos, eram colocados para comer como animais (em recipientes que ficavam no chão), tinham os cabelos raspados (homens e mulheres)! Os próprios pacientes confirmam esse tipo de tratamento. Só de imaginar esse cenário fico perplexa! Felizmente, essa situação mudou com a criação dos CAPS na década de 80. No caso do CAPS que visitei ele funciona 24 horas, e os pacientes que tiveram dificuldade na reinserção social prevista pela lei 10216, com perda de vínculo com os familiares podiam ficar em Residência Terapêutica. Soube também que é oferecida pelo Ministério da Saúde um benefício assistencial como forma de incentivo ao retorno familiar. O que eu percebi no local foi que os pacientes tem total liberdade para percorrer as dependências da unidade, porém alguns tinham dificuldade de locomoção e ficavam no chão, apesar de haverem camas. De forma geral, o funcionamento me pareceu organizado: haviam salas para acomodação de mulheres e outras para a de homens, o acolhimento na recepção, uma sala para distribuição de medicamentos. E foi surpreendente ver um paciente da Unidade como porteiro nos recepcionando. No início fiquei um pouco assustada, pois a todo momento alguns pacientes passavam e proferiam palavras inteligíveis, alguns xingavam palavrões sem haver nenhum motivo aparente e por diversas vezes enquanto conversávamos com o coordenador do local, escutei gritos e estrondos vindos das salas onde ficavam os pacientes.
    Logicamente que há muito a ser melhorado (sempre haverá!), por exemplo: foi comentado pelo coordenador a dificuldade de reinserção dos pacientes no meio social. E depois foi comentado em sala de aula, a dificuldade que há nos CAPS em atrair e fixar médicos psiquiatras e que o ideal seria que sempre houvesse pelo menos um médico de plantão, mas não é o que ocorre. É preciso, então, analisar quais as melhores soluções diante do cenário atual e fazer um esforço em prol dessa população que durante muitos anos foi tão mal tratada no sistema de saúde pública!
    Referências bibliográficas:
    -GT Saúde da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) / Ministério Público Federal; disponível em http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/saude-mental/Saude_Mental_SUS.pdf, acessado em 24/02/2014 às 00:57
    http://www.saude.sc.gov.br/geral/planos/programas_e_projetos/saude_mental/caps_tipo_prof.htm, acessado em 24/02/2014 às 00:55

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  43. Thiago Piloto de Andrade

    Em nossa última visita, dessa vez ao CAPS III, pudemos participar da Assembleia juntamente com os pacientes, lá realizada nas quintas-feiras e realmente, posso dizer que foi muito enriquecedor.
    Desde a reforma psiquiátrica, a abordagem do indivíduo com transtornos mentais mudou muito, e sem dúvida, trouxe e continua trazendo resultados muito bons. O paciente deixou de ser alguém obrigado a ficar excluído da sociedade (vivendo enclausurado em manicômios, hospícios), o que piorava seu transtorno, para ser alguém que recebe um tratamento que objetiva reintegrá-lo e melhorar seu convívio à sociedade, sem que seja dela afastado. Esse foi um dos temas que foi discutido na assembleia. Alguns dos pacientes que lá estavam puderam relatar suas vivências em hospitais psiquiátricos, sofrimentos que lá passaram por serem mal tratados, e que em contraste com esse modelo pré-reforma psiquiátrica, no CAPS lhes é oferecido melhor tratamento (era nítida a sua satisfação). O próprio momento da assembleia era um exemplo desses bons resultados, pois dá valor a aquilo que os pacientes pensam, lhes é oferecido a oportunidade de falarem, se expressarem, lhes é dado a liberdade para isso, algo que no modelo anterior era restrito.
    Também pudemos conhecer algumas das áreas e projetos de atuação do CAPS, como a oficina de saúde, onde os pacientes recebem cuidados além da saúde mental (hipertensão, diabetes), e o grupo de família, lugar em que os familiares dos pacientes podem ter um contato maior com a equipe de saúde que os trata, fazendo um intercâmbio. Percebo a importância que isso tem, visto que o transtorno mental às vezes acaba por dificultar o paciente em cuidar das outras áreas da sua saúde (hábitos e vícios, boa alimentação, exercícios físicos, exames de rotina).
    Foram também relatas algumas dificuldades, como a falta de medicamentos, e a dependência que alguns pacientes desenvolvem em relação ao CAPS (relato da equipe de saúde).
    Essa vivência no CAPS foi uma ótima experiência, pois foi possível ter uma nova percepção do portador de transtornos mentais, conhecer suas dificuldades e sofrimentos, como também o modo que percebem seu próprio problema.

    23 de fevereiro de 2014 20:20

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  44. Davi Lucas Araújo Matos

    A visita ao CAPS mostrou, na minha opinião, um lado positivo referente ao que esperava encontrar. Neste centro, percebi como existe perspectivas para tratar aquelas pessoas que infelizmente convivem com uma doença muito mais comum em nosso meio contemporâneo. O CAPS é um tentativa terapêutica para essas pessoas, financiadas pelo governo. Por lá, os usuários deste centro tem direito a alimentação, assistência psicoterapêutica e programas de lazer.
    No dia da visita, havia uma assembleia que tratava de todos os aspectos convividos pelos usuários e administradores do centro, um evento social importante, pois pude conhecer como são estas pessoas que estão passando em tratamento, a sua historia de vida, relacionamento familiar e também a forma que são tratados pelos meios da sociedade. Percebi, segundo relatos dos próprios internos na assembleia, que ainda há muita descriminalização contra eles (até mesmo por parte da família), falta de despreparo por parte de alguns terapeutas nos hospitais durante as crises, além de encontrar a dificuldade para prosseguir o tratamento pela falta de medicamentos. Esses relatos fez refletir de que o problema não é apenas tratar os dependentes, mas também em rever a maneira de como eles são tratados pelo meio que circunda, partindo desde a família até o governo administrativo.
    Também notei o avanço que muitos usuários do CAPS apresentam após o período de tratamento, que vai desde a forma de acolhimento com as pessoas até a percepção de enxergar problemas, além de utilizar a criatividade para eventos e motivação para buscar os objetivos.
    Portanto, finalizo com o pensamento otimista de saber que o SUS (através do CAPS) tem a capacidade de tratar essas pessoas com alterações psíquicas de forma satisfatória, ao mesmo tempo que deve-se romper barreiras contra a descriminalização e melhorias quanto a preparação de profissionais terapêuticos e maior investimento do governo.

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  45. Eládio José de Santana Júnior

    Dentre as visitas, esta foi a que no meu ponto de vista, mais contribuiu. Participamos de uma assembléia onde todos deixaram claras suas opiniões em relação ao tratamento e questões logísticas. De certa forma há uma organização entre os usuários e eles possuem representantes. Só o fato de eles serem ouvidos já imprime um grande avanço.
    Quando questionados sobre o que mudou em relação ao modelo anterior percebeu-se claramente que era um modelo falido, e que agora eles se sentem cidadãos.

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  46. ALEXSANDRO FERREIRA DOS SANTOS

    O CAPS Liberdade, situado no bairro Siqueira Campos, é uma instituição psiquiátrica que funciona no regime de portas abertas, destinado ao atendimento da população daquele bairro e proximidades. São centros de atenção psicossocial que fornecem auxílio e tratamento às pessoas com distúrbios mentais , realizando o acompanhamento clínico e terapêutico .Durante o dia os pacientes participam de oficinas, onde desenvolvem atividades lúdicas e interagem com os demais colegas da instituição. No período noturno apenas é destinado ao atendimento de pacientes em crise que necessitam de acolhimento .
    A visita foi uma boa forma de observarmos como atualmente ocorre o tratamento aos pacientes psiquiátricos no Brasil, a partir da reforma psiquiátrica dos anos 80. Percebemos que os profissionais envolvidos trabalham com satisfação, os pacientes são bem tratados e ainda participam de assembleias semanais ,onde podem reivindicar seus direitos e fazer reclamações, se assim acharem necessário.
    Percebemos que o caps liberdade é uma instituição que busca humanizar o tratamento às pessoas com transtornos mentais. Mas entendemos que a saúde mental necessita de mais investimentos por parte dos nossos governantes, com políticas públicas direcionadas a essa clientela. Pois são muitos ainda, aqueles que convivem pelas ruas ,pelas favelas e em suas casas, sem auxílio e orientação de profissionais capacitados.

    Referência bibliográfica :
    1- Ministério da Saúde- http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela acessado em 23/09/2013 as 20:54.

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  47. Mariana Aguiar Machado
    Relatório da visita ao Centro de Atenção Psicossocial- CAPS realizado em 14 de Fevereiro de 2014.
    O CAPS Liberdade, localizado no bairro Siqueira Campos, é peça chave do processo de reforma psiquiátrica posto em prática pelo governo brasileiro. São instituições destinadas a acolher os pacientes com transtornos mentais, estimular sua integração social e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca de autonomia. Há a oferta de atendimento médico e psicológico, buscando através de inúmeras terapêuticas, integrá-los de maneira digna. Tais recursos caracterizam o que vem sendo chamado de clínica ampliada. Psicoterapia individual ou coletiva, atividades comunitárias e artísticas, oficinas terapêuticas, orientação e acompanhamento do uso de medicações bem como atendimento domiciliar são atividades desenvolvidas no CAPS, articulando cuidados clínicos e programas de reabilitação psicossocial.
    O tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar interligada composta de médicos enfermeiros, educadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas dentre outros, perfazendo um total de treze profissionais da área da saúde engajados nesse programa.
    Há muito que se melhorar quando se fala em assistência a portadores de transtornos mentais, não obstante, é extremamente relevante o papel do CAPS no que se diz respeito a evolução dos tratamentos, mais especificamente a dose de humanidade aplicada a tais condutas. O que traz de fato, uma melhoria na qualidade de vida desses pacientes.

    Referências:

    http://www.brasil.gov.br/observatoriocrack/cuidado/centro-atencao-psicossocial.html
    http://www.saude.se.gov.br/index.php?act=interna&secao=151

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  48. Ana Taíse de Oliveira Meurer
    Visita ao CAPS III Liberdade no dia 14 de fevereiro

    A visita ao CAPS foi muito importante para mim, que nunca tinha tido contato com o serviço. Quando chegamos à unidade, um próprio usuário do serviço que abriu a porta para a gente, o que me surpreendeu positivamente. O dia em que fizemos a visita caracterizava-se pelo dia destinado a usuários com quadro clínico mais comprometido, fato que me deixou um pouco receosa, por nunca ter estado lá antes. O fluxo de pessoas era grande na manhã de sexta-feira e o corredor, um pouco estreito para a passagem de pessoas, enquanto algumas ficavam sentadas e deitadas no chão. Portanto, a primeira impressão do local não me agradou muito. Posteriormente, fomos apresentados ao resto da unidade, e o salão com as salas de oficina apresentaram uma estrutura bem melhor. Surpreendeu-me o fato de eles realizarem assembléias semanalmente para discutir tudo o que não os agrada. As oficinas também são de grande importância para os usuários.

    Em suma, o CAPS é uma grande vitória na superação do modelo do hospital psiquiátrico e na luta contra os abusos e a exclusão que os pacientes com problema de saúde mental sofrem. Com a Reforma Psiquiátrica, o isolamento deu lugar ao convívio na família e na comunidade. Porém, apesar dos avanços, o próprio profissional que conversou conosco disse que o Brasil ainda precisa de uma nova reforma, pois ainda há muito o que melhorar. É preciso, também, haver uma maior divulgação do CAPS, pois muitos ainda não conhecem e não se utilizam do serviço.

    Referências bibliográficas

    http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio15_anos_caracas.pdf
    http://www.ccs.saude.gov.br/vpc/reforma.html

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  49. André Augusto de Vasconcelos Ouro Reis

    A visita ao CAPS Liberdade pode ser resumida em uma palavra: Esperança.
    Seja esperança para aqueles que se utilizam dos serviços prestados neste local; seja esperança para nós, acadêmicos de Medicina, ao vermos que existem pessoas que trabalham para realmente CUIDAR dos outros.
    Foi possível assistirmos a uma Assembleia, que é uma espécie de reunião onde diversos assuntos são debatidos e compartilhados entre profissionais e usuários- Uma experiência bastante enriquecedora, pois foi possível ouvir dos pacientes como eles eram tratados em outras Instituições e como agora, com o CAPS, havia melhorada. Houve alguns que disseram que se pudessem passariam o dia todo no centro, porque lá se sentiam acolhidos.
    De acordo com o Ministério da Saúde, O CAPS é um serviço de saúde aberto e comunitário do SUS, local de referência e tratamento para pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses, neuroses graves e persistentes e demais quadros. Ficou claro que o claro que o CAPS Liberdade, localizado no Bairro Siqueira Campos em Aracaju, atende a esse conceito.
    Finalmente, acredito que nossas visitas com disciplina Saúde Coletiva III foram relevantes para nossa formação, porque -mesmo que de forma incipiente- possibilitaram aos alunos terem uma ideia menos PRÉconceituosa do que é o Serviço Público de Saúde.
    Bibliografia

    http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/8/docs/orientacao_caps_-_secretaria_estadual_de_saude.pdf

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  51. Clarissa Karine Cardoso Teixeira

    A Reforma Psiquiátrica no Brasil começou com a promulgação da Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Dentre os desafios da Reforma podemos citar a necessidade da sociedade de conviver de forma mais harmônica com os portadores de transtornos mentais e o reconhecimento das potencialidades dessas pessoas, que não estão à margem do projeto de nação e têm capacidade de trabalhar e de produzir.
    Na tentativa de realizar essas mudanças, foi criado o CAPS e os hospitais passaram a atender apenas pacientes em crise. A partir da visita ao CAPS, percebi que é um lugar em que as pessoas com transtornos podem realizar diversas tarefas, além de manter o convívio social com os outros frequentadores. Para mim, o mais importante é permitir a relação familiar, pois quando não estão no CAPS, convivem com a família em casa normalmente. Pareceu ser um lugar bem organizado, onde os pacientes são acompanhados por médicos psiquiatras, psicólogos, assistentes sociais de forma livre, sem estarem trancados como nos manicômios.
    O dia da nossa visita era de pacientes mais comprometidos, o que impediu a gente de se relacionar com eles. No entanto, a professora comentou que, na visita da outra turma, era dia de assembleia e os alunos puderam interagir com as pessoas, muitas vezes sem conseguir distinguir se eram pacientes ou não. Já tive a oportunidade de visitar o CAPS próximo à Orla antes, através do VIL-SUS (organizado pelo CAMED), pude ver suas pinturas e trabalhos artesanais e conversar com eles. Eles nos trataram muito bem, conversaram, brincaram e gostaram muito da visita, pois não os tratamos como se fossem loucos. Isso que eles querem, ser tratados como qualquer outra pessoa e levar uma vida normal, o que se tornou mais fácil com o advento do CAPS.
    Referência: http://www.ccs.saude.gov.br/memoria%20da%20loucura/mostra/reforma.html (Acesso: 18:40)

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  52. IVANIO GRIGORIO SANTOS JUNIOR

    Considerei a visita ao CAPS uma atividade fundamental para o curso e um momento que serviu para esclarecer muitas dúvidas acerca da situação da saúde mental atualmente. Foi uma vivência muito enriquecedora, uma forma bastante oportuna de se conhecer um pouco das mudanças ocasionadas pela Reforma Psiquiátrica na Saúde Pública do Brasil. Historicamente o “Louco” era excluído da sociedade, mas com o advento dos CAPS pude perceber que hoje é oferecido um serviço de reintegração social dos usuários, baseado no acolhimento e escuta, incentivo constante à autonomia através de assembléias, reuniões e oficinas terapêuticas.

    Chegamos ao CAPS durante a assembléia dos usuários, que ocorre semanalmente, na qual a equipe profissional se reúne com os usuários. Percebemos que os usuários têm voz ativa e são capazes de expressar suas opiniões de forma coerente, formulando um debate muito produtivo e interessante de se ver. Dessa forma, a visão preconceituosa da maioria das pessoas, de que o paciente psiquiátrico é um ser desprovido de inteligência, perigoso e incapaz de conviver em sociedade, caiu por terra. A vivência serviu também, para entender um pouco da logística de funcionamento do CAPS, foi percebida a inserção social dos usuários, a atenção humanizada e o suporte adequado aos usuários e as estratégias utilizadas pela equipe profissional para driblar os problemas que surgiam.

    Historicamente temos um divida enorme com os “loucos”, ou melhor, àqueles que possuem transtornos mentais. Porém, pude perceber que os frutos da Reforma Psiquiátrica estão florescendo, e que ainda temos muitas conquistas e por isso não devemos desistir das lutas. Através da visita, pude constatar que o CAPS está no caminho certo com seu modelo assistencial humanizado no combate ao modelo hospitalocêntrico e sendo cada vez mais resolutivo em suas ações e ganhando amplo espaço durante esses anos de existência.

    Brasil. Lei n. 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Brasília; 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/LEIS_2001/L10216.htm

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  53. Visita ao CAPS III-Liberdade. Dr. Wilson Rocha
    Marcel José Cardozo Barros
    O ambiente do CAPS visitado me pareceu bastante acolhedor, organizado e bastante espaçoso para abrigar os pacientes. No dia em que foi feita a visita, houve uma assembleia realizada com os pacientes, ocasião em que estes tinham a oportunidade de reivindicar por necessidades que não estivessem sendo supridas, como relatar a falta de medicamentos de que faziam uso; esse momento, proporcionado pela assembleia, demonstrou que os profissionais que trabalham no CAPS, tanto da saúde quanto do setor administrativo, são acessíveis aos pacientes, havendo consciência por parte daqueles a respeito da situação destes, conhecendo seus respectivos problemas e suas maiores necessidades. Essa acessibilidade ficou ainda mais evidente quando soube da existência de um grupo de família, em que amigos e parentes dos pacientes são reunidos e, assim, passam a ter mais consciência do tratamento pelo qual estes passam.
    Os pacientes também contam com atividades lúdicas que auxiliam em seu tratamento, tornando o CAPS não somente um local em que são tratados, mas também um meio em que podem de fato passar o tempo, interagindo com os outros pacientes, desenvolvendo amizades, além de, através da “Oficia de Saúde”, cuidar da saúde em outros aspectos que não os relacionados ao transtorno mental que apresentam, a exemplo do auxílio no tratamento do diabetes e da hipertensão arterial.
    Quando se fala nos hospitais psiquiátricos, surge mais um ponto em que o CAPS é descrito de forma bastante positiva pelos próprios pacientes: a simples lembrança da estadia nesses hospitais está atrelada a maus tratos e sofrimento, sendo justamente o oposto do que se retrata a respeito do CAPS me que estão, local em que afirmam se sentir bem e ser bem tratados. Vale ressaltar os relatos dos profissionais de que, às vezes, chega-se ao ponto de se criar dependência por parte dos próprios pacientes à instituição, justamente por ser esse local um verdadeiro refúgio para muitos destes.
    Talvez, como ponto negativo, o principal problema seja a falta de certos medicamentos essenciais a muitos pacientes, provavelmente por a quantidade não atender à demanda, ou por ocorrer atraso em sua chegada. Os próprios profissionais relatam uma deficiência dos serviços básicos de atenção à saúde no que se refere ao acolhimento de pacientes com transtornos mentais; ao invés de acolhê-los, os próprios serviços básicos prontamente encaminham esses pacientes para os CAPS, sobrecarregando-os. Por esse ponto, talvez possa ser justificada a falta de medicamentos, por não ser suprida a demanda (embora se saiba que há muitos outros fatores envolvidos nessa questão).
    Apesar disso, no geral, pude construir uma imagem bastante positiva a respeito dos CAPS (tomando como modelo, é claro, a instituição visitada). Em meio a um cenário em que o descaso para com os pacientes assistidos PE cada vez mais evidenciado, encontrar uma instituição em que os próprios pacientes relatam se sentir bem por serem bem tratados é algo que, por hora, já é bastante animador.

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  54. CAPS Liberdade, situado no bairro Siqueira Campos;
    Nossa visita ao CAPS foi, assim como todas as outras, bastante construtiva, pois conhecemos um centro de apoio a certo grupo de pessoas excluídas tanto pela sociedade como pela própria família. Sendo um local com uma aparência bastante agradável tanto física, com estrutura ampla, arejada e com áreas de lazer, contrastando com a imagem que tinha em mente dos antigos sanatórios, quando pessoalmente tanto por parte dos profissionais quanto dos próprios pacientes que aparentavam bastante receptividade quanto a nós visitantes. Isto passou uma impressão de que o sistema de tratamento dos transtornos mentais do CAPS realmente funciona apesar de que, como não podia faltar no SUS, os problemas relacionados falta de medicamentos e etc. Um fato que chamou atenção foi à questão de os profissionais estarem “misturados” aos pacientes, sem o uso de jalecos ou coisas do tipo, dando ainda mais um ar de naturalidade ao ambiente, isso, no meu ponto de vista, ajuda bastante no convívio local, pois os pacientes por já serem exclusos do convívio social e familiar podem desfrutar de um local onde de nada se parece como uma unidade de tratamento além do direito de serem ouvidos de forma tão direta. Realmente vendo tanta qualidade, e antes de tudo tanta humanidade, no tratamento aos pacientes psiquiátricos fica difícil imaginar como era, e ainda continua sendo em alguns locais, instituído tratamentos com eletrochoques, prisões e agressões físicas e etc. A impressão que ficou foi de que esse é um dos maiores avanços do SUS em todos os setores, passou de um modelo retrógrado, se não medieval a um modelo bastante evoluído aos moldes, embora bastante modesto ainda, do europeu, local onde surgiu tal sistema.

    Referências
    1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde mental no SUS: os centros de atenção psicossocial. Brasília: Ministério da Saúde; 2004. Série F. Comunicação e Educação em Saúde. 11/29.
    Portal do Ministério da Saúde. Disponível em
    2.

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  55. Williasmin Batista de Souza

    Relatório da visita ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Liberdade III, no dia 17 de fevereiro de 2014

    Eu nunca havia visitado um CAPS antes e esta visita me tocou bastante. Ao chegar, o portão foi aberto de bom grado por um dos pacientes, outro se apresentou dizendo seu nome, outra começou a andar perto de nós. Então percebi que eles têm liberdade dentro da unidade, fato que me surpreendeu.
    Entramos na unidade e fomos a um pátio onde o coordenador da unidade conversou um pouco conosco e nos contou o funcionamento, mas ainda assim os paciente faziam questão de ficar perto de nós, de nos observar e eu comecei a refletir sobre como eles são deixados a margem da sociedade, como são tratados sem humanidade, como nós, ditos normais, temos preconceito. Percebi que o CAPS é um local de acolhimento para essas pessoas, mas acho que não há CAPS suficientes e nem estruturados adequadamente. Neste que visitamos os quartos tinham camas sem colchões e sem um mínimo de conforto, as atividades poderiam ser programadas para cobrir cada turno dos dias da semana, por exemplo, e assim sempre ter algo para eles fazerem.
    Esses pacientes têm necessidades especiais e a população leiga não entende isso, o CAPS veio como uma conquista, mas que ainda precisa ser melhorada, e deve ser melhor inserido na sociedade. Eu gostei bastante da visita e espero conhecer mais sobre a psiquiatria.

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  56. Wander Fagundes Soares de Lima
    Visita ao Centro de Apoio Psicossocial III no dia 06 de fevereiro de 2014

    Não conhecia o funcionamento desses locais e pude perceber a imensurável importância que esse setor tem nas vidas das pessoas que por ele são acompanhadas. Esses locais têm a capacidade de oferecer cuidados contínuos a pacientes com distúrbios mentais, desde leves a severos, objetivando a estabilização e a reabilitação, se possível.
    Funcionam de modo ainda paralelo a hospitais psiquiátricos, que trabalham ainda de maneira arcaica e pouco amistosa, o que foi possível notar em relatos diversos dos pacientes sob ânimos exaltados. Mas os CAPS têm abrangido cada vez maior número de pacientes, evitando assim que os pacientes terminem por necessitar de atendimento nos hospitais, locais de grande sofrimento físico e psicológico, de acordo com os usuários.
    Fiquei bastante surpreso com a organização por parte dos próprios pacientes no que tange à reunião, a qual é direcionada por eles próprios, tendo pautas e informes quanto aos seus anseios, alegrias, dificuldades, vitórias e necessidades. Gostei demais de conhecer os pacientes, suas verdades, problemáticas e histórias, mesmo que por poucas horas.
    Um ponto negativo importantíssimo que foi amplamente divulgado na assembleia em que estivemos presentes foi a falta de alguns determinados medicamentos, trazendo grande dificuldade ao tratamento dos pacientes cujos distúrbios requeriam as respectivas medicações em falta. Outro ponto negativo de grande impacto citado partia não no sistema em si, mas de dentro de seus lares, a impaciência e o descuido dos próprios familiares para com os portadores de distúrbios mentais, fato esse que me impactou emocionalmente de maneira muito forte. Mesmo sabendo que isso realmente ocorre e com grande frequência, é chocante e estarrecedor visualizar de maneira tão próxima e vívida essa problemática.
    Foi possível notar a grande alegria e satisfação que os usuários têm ao frequentar o CAPS e suas atividades, que proporcionam a vivência coletiva e a interação social, trazendo, sem dúvida, um novo e concreto sentido de vida a essas pessoas.

    Referências
    BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretária de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde Mental no SUS: Centro de Atenção Psicossocial. Brasília, 2004.

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  57. VYNICIUS GOLTRAN SOBRAL PROPHETA
    Visita realizada ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Liberdade III, no dia 17 de fevereiro de 2014

    Próximo à minha casa existe um CAPS, por isso, sempre que passava em frente, fazia questão de atrasar as passadas e tentar observar o que acontecia em seu interior.

    É óbvio que seria impossível tentar compreender todas as atividades realizadas num Centro de Atenção Psicossocial apenas espreitando pelo portão. Digo isso pela variedade de serviços que são oferecidos pela unidade de saúde que visitamos. Há uma preocupação em manter os pacientes ocupados, fazendo com que se sintam úteis e capazes de elaborar e realizar atividades como quaisquer outras pessoas - dita por muitos como aquelas normais.

    Pinturas, diálogos, plenárias, assembleias, confissões, novidades, amizades, limites, passeios, experiências, lanches... são várias as palavras-chave que poderiam ser usadas para correlacionar a visita que fizemos e o que eu pude captar do ambiente visitado.

    Foi bom ter visto que a imagem que ainda é passada pelas mídias, pelo dito popular (muitas vezes) e por nossos próprios pré-conceitos (decorrentes da falta de informação) é uma retratação deturpada e arcaica no que se refere a como um paciente portador de transtornos psíquicos pode ser tratado.

    Eu vi que se trata gente fazendo-as enxergar que são gente. Por isso, afirmo que foi a visita mais interessante que fizemos.

    Além de todo o apoio no que se refere às questões sociais e cognitivas, há um suporte médico que provê os doentes quanto às uas necessidades de medicamentos, aconselhamentos e prestação de socorro quando estes enfrentam uma inesperada crise.

    De forma geral, saber o que o temido "mata-leão" - descrito por muitos dos pacientes que participaram da assembleia em que estávamos presentes - se tornou uma coisa muito menos frequente, mostrando-nos que o CAPS oferece um serviço/tratamento que realmente funciona e é sobretudo benéfico aos pacientes.

    Alguns pontos que estão aquém do esperado pudemos perceber, mas que são passíveis de resolução, dos quais eu ressalto a pequena participação de familiares, vizinhos, amigos e outras pessoas que compõem a roda de cuidado e atenção ao paciente psiquiátrico. Quem sabe com a manutenção da conscientização à família e outras instituições sociais, essa carência seja solucionada, uma vez que tão importante é cuidar e fazer daquelas pessoas que vivem diretamente com o doente mais entendidas sobre os processos por que passam os pacientes.

    Por fim, reafirmo minha surpresa e satisfação em conhecer a unidade de saúde responsável por acolher esse "tipo" de paciente. Destaco a palavra tipo ao mesmo tempo que lanço o pensamento: doente é um só, é aquele que precisa no nosso apoio, não merecendo, em nenhuma circunstância, ser vítima da acepção por nossos próprios pré-julgamentos.

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  58. RAPHAEL ALMEIDA SANTIAGO DE ARAUJO

    Na visita ao CAPS III Liberdade, dia 6 de fevereiro de 2014, eu vivenciei um momento que confirmou e solidificou idéias e conceitos que já possuía da reforma psiquiátrica no país. Nossa turma acompanhou a realização de uma plenária do CAPS, com a participação de um número considerável de usuários da unidade, e dos profissionais que trabalham lá. Esse momento de reunião mostrou-se útil para todos aqueles que queriam falar, dar avisos, reclamar, relatar acontecidos, ou simplesmente exprimir sentimentos. Alguns depoimentos me tocaram profundamente, e isso foi somado ao fato de saber que por apenas estar ouvindo os relatos, estava ajudando na inserção social e na terapia coletiva deles. A necessidade de ser ouvido é uma característica comum a todo ser humano, e muitas pessoas (inclusive parentes) acabam desprezando esse direito daqueles que sofrem com algum transtorno mental ou de vício. A função do CAPS foi bastante elucidada, e demonstrou ser um local muito querido para muitos usuários que ali estavam, seja pela liberdade que eles sentem (mais do que em casa), seja pelo acolhimento que eles recebem dos profissionais que lá atuam. No local ocorrem atividades diversas, como: momento de pintura, aulas de dança, oficinas de costura, teatro, passeios, lanches e refeições, reuniões com familiares, entre outras. Tudo isso com o intuito de inserir os usuários numa rotina lúdica e educativa. Além da função social, o CAPS também realiza atendimentos psiquiátricos e entrega de medicamentos. Por sinal, uma das grandes reclamações feitas pelos usuários foi a escassez de certos medicamentos essenciais, e que acaba prejudicando-os e desregulando seus esquemas terapêuticos. O local também pode funcionar como uma urgência psiquiátrica temporária, e possui uma escala onde todos os dias estejam presentes um psiquiatra em atendimento ou acompanhamento. No geral, eu pude compreender uma boa parte de como se processa esse acompanhamento dos usuários do CAPS, e isso me acrescentou mais conhecimento quanto a saúde mental no Brasil.

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